Cinco empreendedores brasileiros negros do PretaHub, por meio do Festival Feira Preta, vão participar da 27ª edição do Festival Petronio Álvarez, entre os dias 16 e 21 de agosto, em Cali (Colômbia). O intuito é estimular um intercâmbio entre cultura e afroempreendedorismo, além do estímulo do turismo afro. Na ocasião, esses afroempreendedores fizeram parte do projeto Afrolab.
2023 é o terceiro ano que a Feira Preta marca presença no evento na Colômbia. Em 2022, a delegação contou também com a participação de cinco empreendedores que vendem produtos de moda, acessórios e cosméticos, e venderam cerca de R$ 100 mil reais. Além disso, estes participaram da programação, com desfile de modas, palestras e lançamento de livros. O momento também contou com a apresentação da Banda Ilê Ayê.
O intercâmbio permaneceu com a vinda da comitiva colombiana para o Brasil e mais de 30 integrantes fizeram parte do Festival Feira Preta, evento de cultura negra, que aconteceu entre os dias 4 e 5 de dezembro do ano passado, em São Paulo (SP).
Nove em cada dez pessoas negras no Brasil demonstram interesse no tema empreendedorismo, conforme uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva e pela Feira Preta. O estudo ainda mostra que esse é o maior sonho dessa parcela da população – um em cada quatro entrevistados afirmaram que seu maior sonho é ter ou até mesmo ampliar o próprio negócio.
Para Adriana Barbosa, idealizadora da Feira Preta e CEO da PretaHub, essa oportunidade expande o afroturismo e o afroempreendedorismo internacional. “O Festival Feira Preta é uma ponte para que esses profissionais ampliem seus negócios. Esse é um dos principais fatores na mudança estrutural do mercado. O Brasil é um dos países da América Latina que mais atua em questões raciais. Daí a importância da promoção desse intercâmbio que promove criações, avanços e modelos de negócios além de criar um ambiente favorável para a população negra sair do empreendedorismo por necessidade”.
Os afroempreendedores selecionados que participarão do festival na Colômbia são: Pretapretin Ubuntu, Chinua Acessórios e Moda Casa, Atelier Camila Loren, Santa Thereza Design e Woolmay Mayden Brand. Na edição deste ano, além do estande com os empreendimentos brasileiros, haverá ainda a promoção de um desfile de modas e um painel chamado Festivales de Cultura negra: identidad, creatividad y empoderamiento económico com Daniel Manjarrés, assessor de Relações Institucionais da PretaHub/Festival Feira Preta, Flip Couto, diretor criativo da Festa Amem, Jaqueline Fernandes, diretora do Festival Latinidades, e Ana Copete, diretora do Festival Petronio Álvarez.
Durante os dias de atividades, também haverá o lançamento da Plataforma Global de Festivais Afro Culturais, idealizado pelo Festivais Feira Preta e Petronio Álvarez. O propósito é conectar eventos e festivais de cultura negra do mundo; proporcionando aos seus gestores uma comunidade segura para troca de conhecimentos, experiências e melhores práticas de gestão de festivais, conceito, programação, governança, modelos de negócios, públicos, comunicações, uso de tecnologias, empreendedorismo e muito mais.
Assim como a Feira Preta, o Festival Petronio Álvarez da Colômbia promove encontros e contribui com o resgate da cultura tradicional de toda uma comunidade.
Sobre a Feira Preta
A Feira Preta surgiu em 2002, focada na venda de produtos de afroempreendedores. Com o passar dos anos, se tornou um festival com conteúdos, produtos e serviços nos mais diversos segmentos. Assim, o Festival Feira Preta pauta tendências, estilos de vida e o que existe de mais inventivo e inovador na criatividade afrobrasileira. O Festival reúne também diversos artistas e empreendedores negros expoentes no Brasil e América Latina, tornando-se assim um dos maiores festivais de cultura negra latino-americana.
Sobre a PretaHub
A PretaHub é um hub de criatividade, inventividade e tendências pretas. É o resultado de 21 anos de atividades do Instituto Feira Preta no trabalho de mapeamento, capacitação técnica e criativa, aceleradora e incubadora do empreendedorismo negro no Brasil. O hub incentiva a relação com a cultura, a economia e o empreendedorismo negros, através de um olhar honesto e propositivo, entendendo seus papéis fundamentais na mudança estrutural de uma sociedade de um mercado que precisa absorver essa população. Não apenas em seus processos de consumo, mas no respeito à sua existência enquanto potência criativa e empreendedora.
Foto de capa: Venancio/Feira Preta.
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