A sexta edição da Maniçoba Poética: Escritas do Recôncavo, movimento cultural e artístico liderado por jovens mulheres negras, selecionou 10 estudantes de escolas públicas, com idades entre 14 e 18 anos, para um programa formativo de três meses com uma bolsa de R$ 300. Focado na valorização da palavra oral e escrita, o projeto oferece um espaço para que poetas e escritoras compartilhem trabalhos autorais e discutam a produção literária local, principalmente em Santo Amaro.
“O projeto é fundamental para a juventude porque parte da ideia de ser uma iniciativa feita por jovens para jovens. Queremos desconstruir as formas tradicionais com que a literatura é abordada nas escolas, oferecendo uma abordagem que ressoe com a juventude e a faça sentir que também pode criar e participar ativamente desse movimento cultural“, explica Karine Alves, criadora da Maniçoba Poética.
As atividades foram realizadas em locais de relevância histórica e cultural, como a Academia de Letras de Santo Amaro, o Memorial José Silveira (Nicsa) e o CECULT – UFRB. Durante o curso, os estudantes foram incentivados a produzir textos e poesias baseados nos conteúdos trabalhados, sob a orientação de docentes da UFRB e convidados. “Vemos que há uma necessidade real de continuidade, pois esses jovens têm um potencial enorme. Pretendemos manter as atividades formativas que iniciamos na quinta edição, pois elas se mostraram essenciais”, afirma Karine.
A formação culminou no Sarau da Maniçoba, realizado na Praça da Purificação e aberto ao público. O evento celebrou a união entre arte e comunidade, com apresentações de performances poéticas e a distribuição gratuita da tradicional maniçoba.
A Maniçoba Poética, que já passou por sete cidades da Bahia, segue como um marco na valorização da produção literária afro-baiana, evidenciando o poder transformador da arte e da educação em comunidades historicamente marginalizadas.
Foto de capa: Retha Ferguson/Pexels.
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