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Com projetos do Norte e Nordeste, Lab Narrativas Negras chega à última fase

O Lab Narrativas Negras, realizado pela Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), divulga os três projetos finalistas da 5ª edição do Lab Narrativas Negras, sendo dois da região Norte e um do Nordeste brasileiro.

São eles: Olho d’Água (BA),  dirigido e roteirizado por Safira Moreira e com produção de Flávia Santana; Nas Ondas do Rádio (PA), com direção e roteiro de Lu Peixe e produção de Tayana Pinheiro; e Para ver o futuro (Nome provisório) (AM), da diretora e roteirista Keila Sankofa, que tem Sarah Pimentel na produção.

O segredo de Sikán, projeto com  direção e ideia original de Everlane Moraes (BA), produção executiva de Fernanda Vidigal (MG), roteiro de Renata Martins, Jaqueline Souza e Tatiana Mongede, foi convidado especial desta última edição e participará da vivência na Nigéria. 

Esta última etapa consolida o papel do Lab Negras Narrativas como agente de internacionalização das carreiras negras brasileiras. A vivência lá, com equipes selecionadas e equipe do Lab visa conectar as perspectivas oriundas do diálogo entre repertórios audiovisuais africanos e afro-brasileiros, promover parcerias, trocar experiências de produção, formação e distribuição audiovisual, e fomentar coproduções para os projetos em desenvolvimento.

Segundo Melina Bomfim, coordenadora geral do LNN: “Levaremos a história de três pessoas negras das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Histórias ricas, complexas, aquosas, carregadas de propósito e ancestralidade. Projetos selecionados por conta do diálogo frutífero com o mercado audiovisual da Nigéria na imersão que faremos agora em dezembro”, comemora.

Tatiana Carvalho, presidente da APAN. complementa:  “Essa conexão Brasil-Nigéria é fundamental para potencializar os cinemas negros fora dos eixos hegemônicos e para conectar realizadores daqui com perspectivas mais amplas de construções narrativas, deslocando da ideia de “universalidade” internacional centrada na Europa e nos EUA, pensando no diálogo entre repertórios africanos e afro-brasileiros”. 

O Lab Negras Narrativas – LNN é uma iniciativa da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro – APAN, com patrocínio do Amazon Studios e Prime Video. Concebida em 2016 enquanto espaço formativo de encontro e aprimoramento das narrativas afrocentradas brasileiras, além de um importante impulsionador das carreiras de realizadores negros. 

A equipe do Lab Narrativas Negras que integrará a comitiva conta com profissionais multidisciplinares: a coordenadora geral, Mel Bomfim; a coordenadora de formação, Talita Arruda; a coordenadora institucional e Vice-Presidente da APAN, Janaina ReFem; e a pesquisadora, curadora e responsável pela programação em Nigéria, Janaina Oliveira. 

Sobre a direção dos projetos

Para ver o Futuro é dirigido por Keila Sankofa. Ela que é artista visual e realizadora audiovisual e exerce multidisciplinaridade em espaços institucionais, urbanos, além de festivais e mostras de cinema.

Desenvolve pesquisas sobre memória utilizando a manipulação e ficcionalização como um aparato laboratorial que recria imagéticas sobre pessoas racializadas, operando através das técnicas de foto-performance, autorretrato e obras audiovisuais diversas. Gestora do Grupo Picolé da Massa DaVárzea das Artes, membra da APAN e Levante Nacional Trovoa

Safira Moreira é roteirista, diretora e fotógrafa negra de Salvador, Bahia, Brasil e dirige Olho d’Água. Ela escreveu o roteiro, dirigiu e editou seu primeiro curta-metragem chamado “Travessia” em 2017, que foi premiado em muitos festivais nacionais e internacionais.

Foi o curta-metragem de abertura exibido no Festival de Rotterdam em 2019; distribuído em salas de cinema na sessão Vitrine Petrobras. Safira também trabalhou como diretora de fotografia do curta-metragem “Eu, minha mãe e Wallace”; e dos longas-metragens “Hixikanwe” e “A Matéria Noturna”.

Em 2021, dirigiu o documentário “Alágbedé”, selecionado para o Festival Internacional de Documentários It’s All True. Trabalhou no desenvolvimento do roteiro da série “Olhares Negros”, sobre imagens de arquivo de famílias negras brasileiras, premiada pela Fundação Gregório de Matos. Em 2022, escreveu a série “Resíduo”. Atualmente, trabalha na montagem de seu primeiro longa-metragem, “Cais”.

Lu Peixe é diretor de Nas Ondas do Rádio eem 2023, dirigiu o videoclipe Suor de Tambor. Em 2022, dirigiu o média-metragem documental Zunzunzum do Mar, que recebeu o Prêmio Experimentação, Pesquisa e Difusão Artística, da Fundação Cultural do Pará.

No mesmo ano, recebeu o prêmio de Melhor Fotografia no Festival Olhar do Norte, no filme Meus Santos Saúdam os teus Santos, do diretor Rodrigo Antonio. Desde 2011 atua como filmmaker, realizando vídeos documentais e experimentais com movimentos sociais na Amazônia.

Sobre a APAN

A APAN é um Quilombo do Audiovisual e do Cinema Negro, tem como missão consolidar a presença de pessoas negras no audiovisual, promovendo as nossas narrativas, transformando a percepção da sociedade em relação à negritude, combatendo o racismo estrutural e referenciando possibilidades de construção coletiva.

O pilar das ações da Associação é a valorização da negritude e a defesa dos interesses de uma perspectiva inclusiva, com atenção ao recorte racial em relação a todos os elos da cadeia produtiva audiovisual (concepção, produção, distribuição e exibição). Atualmente, a Apan representa mais de 950 associados, dividides entre pessoas físicas e jurídicas, pautando seus interesses perante órgãos públicos, fundações, instituições e empresas privadas, no Brasil e no Mundo.

Sobre o Lab Narrativas Negras

Elaborado desde o primeiro Seminário do Audiovisual Negro, em 2016, o LNN tornou-se parte integrante do Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil – FIANB, em 2020. Hoje tem um calendário próprio e compartilha dos objetivos de criar redes, fortalecer parcerias e impulsionar profissionais do audiovisual negro brasileiro, prezando pela diversidade de formato, gênero e de território.

Fotos de capa: Kyle Loftus/Pexels

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