O Projeto Coar, sediado no Piauí, atua no universo jornalístico para verificar e checar informações espalhadas na mídia, por meio de trabalho de voluntários, com o objetivo de proporcionar veracidade para os leitores. Coar esteve entre os 80 projetos selecionados do programa “Acelerando a Transformação Digital” da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), por seu viés educativo e investigativo.
Coar iniciou em 2020 por uma iniciativa da jornalista e doutora em comunicação, Marta Alencar, que idealizou o projeto a partir de uma tragédia que ocorreu há alguns anos, devido à divulgação de informações equivocadas. A proposta tem um enfoque maior nas regiões Norte e Nordeste para reduzir o deserto de notícias, ampliando a cobertura jornalística assim como é nos demais estados do país.
Marta Alencar fala, em entrevista para o portal LatAm Journalism Review, a respeito do caso que, por meio do compartilhamento de fake news no Facebook, resultou na morte de uma mulher inocente, Fabiane Maria de Jesus (1981-2014). A mulher foi linchada por seus vizinhos, vítima de um boato que a culpava pelo assassinato de crianças.
Ao portal, ela mencionou: “A minha mãe não sabe ler, então o meu propósito da Coar é que a minha mãe e pessoas como ela, que não conseguem ler, possam também acessar as checagens, ouvindo o áudio”. Marta se refere ao podcast que lança dois episódios mensais, o E-COAR.
Checagem
Além do podcast E-COAR, o voluntariado tem dentre suas atribuições, a produção de 12 checagens mensais, o abastecimento de quatro rádios, uma TV e três portais de notícias que são parceiros.
Dentre a equipe de voluntários, estão: o designer gráfico André Victor, o coordenador do COAR Educa (Cursos livres da COAR) Leonardo Lima, o podcaster e coordenador do E-COAR Kryssyno Oliveira, a jornalista e designer Bianca Viana e a podcaster e editora do E-COAR Podcast Naiane Feitosa. Além de Marta Alencar, fundadora do Projeto Coar.
O projeto Coar, está longe de ser apenas mais um canal de informação, pois tem cunho social ao abranger todos os tipos de público por meio dos mais diversos veículos de comunicação. Dessa forma, o projeto leva informações verídicas em um momento no qual a credibilidade das informações deve ser questionada e validada. Isso devido à facilidade com que as fake news são espalhadas nos dias de hoje.
Foto de capa: Ono Kosuki/Pexels.
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Durante toda a minha formação, o ler, o escrever e o dialogar sempre me causaram entusiasmo; logo percebi que comunicar e trocar vivências me faz crescer, e por que não profissionalmente? Desde que aproximei meus laços com minhas origens, sou interessada principalmente em questões étnico-raciais e anseio colaborar com um Jornalismo que traga voz às narrativas pretas. Graduanda em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM), estagiei em uma agência de comunicação, produzindo e revisando textos publicitários.