Bahia

A Faculdade de Medicina da Bahia tem seu primeiro diretor negro

“Terei tolerância zero a qualquer tipo de preconceito”, disse o primeiro diretor negro da renomada Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB/UFBA), Eliseu Antônio Alberto Lopes. Sinônimo de excelência, a Faculdade de Medicina da Bahia é o primeiro curso universitário do Brasil fundado em 1808. Eleito no último dia 25 de abril com a maioria dos votos dos alunos, docentes e servidores no pleito, Alberto Lopes ocupa o cargo até 2027.

“Entendo que, como deve ocorrer em instituição universitária, a comunidade levou em consideração os currículos acadêmicos dos candidatos a diretor e vice-diretor, o professor Eduardo Reis, como gestor, professor de medicina e pesquisador, e as propostas que foram apresentadas para o ensino, a pesquisa científica e a extensão“. É o que apontou o diretor sobre o êxito da sua chapa na eleição.

Antônio Alberto Lopes é fruto de uma família simples e tem uma história de superação inspiradora. Ingressou na Faculdade de Medicina no início da década de 80 com o professor. É membro da Academia de Medicina da Bahia, já atuou como vice reitor de pesquisa e pós-graduação. Está como professor titular do departamento de Medicina interna e apoio diagnóstico.

Foi a coisa mais bonita e histórica. É o primeiro diretor negro da Faculdade de Medicina. Nunca houve essa possibilidade antes. Enfrentamos questões difíceis ao longo dessa campanha como racismo, homofobia e intolerância. Foi muito difícil, mas a democracia e o combate ao racismo venceu”, disse emocionado durante a festa de comemoração, o professor Eduardo Reis que também concorria na chapa 1 junto com Antônio e será diretor-adjunto.

Em entrevista ao site Correio, Antônio Lopes falou sobre quais são as suas expectativas para sua gestão nos próximos anos: “Acredito que vamos ver mais professores negros como diretores da Faculdade de Medicina da Bahia nas próximas décadas com o maior acesso de pessoas negras nas faculdades públicas de Medicina“.

Foto de capa: Marina Silva/Correio.

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