A artista pernambucana autoral Bell Puã lança o livro “Nossa História do Brasil: Pindorama em Poesia” (Editora Penalux/SP, 2024), nesta quinta-feira, 24, às 19h30, em Recife (PE), com entrada gratuita. Composta por poemas, a terceira obra literária da escritora é fruto de uma pesquisa historiográfica sobre os passos dos povos negro e indígena e do subalterno na história brasileira.
O livro custa R$ 50 e ficará à venda no dia do lançamento, realizado de maneira independente, além de estar disponível para compra na internet. O encontro também reúne mulheres negras: Inaldete Pinheiro, escritora do Rio Grande do Norte e fundadora do Movimento Negro em Pernambuco, Amanda Timóteo poeta, produtora cultural de Pernambuco e idealizadora do Slam das Minas PE, e Lenne Ferreira, jornalista, editora do portal independente Afoitas e idealizadora do Kafuá.
A obra reúne quatro capítulos, recortando os séculos da história do Brasil da seguinte forma: “Invasão europeia – século XVI ao XVII”; “Um país inteiro cabendo dentro da Casa Grande – século XVIII ao XIX”; “O candor pelo ser Colonizado – século XX”; “Nada está pleno – século XXI”.
“Este livro é um convite para conhecer uma história do Brasil com uma narrativa que foge aos estereótipos da história contada pela perspectiva eurocêntrica, tanto no conteúdo como na escrita. A obra propõe honrar a trajetória das quitandeiras, de líderes originários, sendo a história dos povos originários e afrobrasileiro a partir do ponto de vista de uma mulher, negra e intelectual pernambucana e cafuza”, explica Bell Puã.
“Trago a reflexão sobre ‘que imagem representa o Brasil?’ Escutei e vi um monte de gente dizendo em 2024, durante o Big Brother Brasil, que a imagem de uma mulher branca rindo de fundo, enquanto pessoas negras brigam e uma mulher originária os separa, representa o Brasil. Pode ser? Infelizmente, sim. Mas a questão é: por que continua sendo?”, questiona.
Com a formação acadêmica em História, a artista resgata memórias dos antepassados para recontar sobre o caminho das pessoas negras que vieram da África até o Brasil. Ela também acredita que a ancestralidade leva a compor poemas e poesias, além de canções. “O Brasil é o país que mais importou escravizados no século 16, o que impacta a realidade de pretos, pretas, pardos e pardas no Brasil até os dias de hoje”, conta.
Sobre a artista
Além de escritora, poeta, compositora e cantora, Bell Puã tem mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Natural do Recife, ela é referência do slam (gênero de poesia falada semelhante ao rap improvisado), com participação no coletivo Slam das Minas PE (batalha de poesia falada).
Os livros lançados anteriormente por ela: são “É que dei o perdido na razão” (Editora Castanha Mecânica/PE, 2018) e “Lutar é Crime” (Editora Letramento/MG, 2019), sendo este finalista do Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Poesia em 2020, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) desde 1959. Ambos foram publicados após a escritora ganhar o Prêmio Malê de Literatura em 2019, com o título “Mama África é mãe solteira”, pela categoria “Jovens escritor@s negr@s – conto e crônica”.
Em 2018, Bell Puã venceu o Slam BR, Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, disputado anualmente em São Paulo (SP). Com o título nacional, foi a representante brasileira e da América Latina no campeonato mundial, realizado na França, no mesmo ano.
Em 2024, Bell Puã realizou a curadoria literária do 1º Festival Literário das Periferias (Fliperifa), no Recife. Na edição, as homenageadas foram as escritoras nordestinas Inaldete Pinheiro (RN) e Odailta Alves (PE) ambas mulheres periféricas que atuam na literatura brasileira, além de serem referências artísticas nacionais.
Confira detalhes
Bell Puã lança livro “Nossa História do Brasil: Pindorama em Poesia”
Data: 24 de outubro
Local: Kafuá (situado no Pátio de São Pedro – bairro de São José, Recife/PE)
Horário: 19h30
Entrada: gratuita
Valor do livro: R$ 50.
Foto de capa: Thays Medusa.
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