Quantas vezes falamos por aqui sobre o talento incrível e múltiplo da atriz, roteirista e dramaturga britânica Michaela Coel, 33? Não cansamos de exaltar o talento dessa inglesa de ascendência ganense que já apresentou obras com diferentes temáticas, mas sempre sensíveis. A atriz acaba de receber um prêmio no Emmy 2021 como Melhor Roteiro de Minissérie ou Filme para TV pela obra I May Destroy You (2020), que é baseada na própria história da autora.
Seu discurso no Emmy foi incrível e revela as motivações de escrita que levaram-na a roteirizar não apenas a série premiada, mas tantas outras que vão fazer você se apaixonar.
Em seu discurso ela disse: “Escreva o conto que te dá medo e insegurança, que é desconfortável. Eu te desafio, num mundo que fica tentando nos atrair para várias coisas diferentes. Não tenha medo de desaparecer só por um tempo e veja o que vem para você no silêncio. Dedico essa história a sobreviventes de abuso sexual”.
Abaixo seguem algumas das obras dessa artista fantástica pra você conhecer.
I May Destroy You (2020)
O Emmy 2021 veio pelo roteiro da obra I May Destroy You (2020), série na qual Michaela Coel atua como protagonista, roteirista, autora e diretora. A minissérie conta a história de Arabela que sofre um abuso ao sair de uma festa. Ela foi drogada com o conhecido narcótico “boa noite cinderela” e estuprada por um desconhecido. Michaela fala sobre assédio, estupro, amizade, violência, LGBTQIA+ e lgbtfobia, internet e redes sociais e, apesar do tema pesado, ela consegue trazer leveza e bom humor em alguns momentos.
A série teve boa recepção da crítica tendo 97% de aprovação no Rotten Tomatoes (site agregador de críticas). Também ganhou o BAFTA de melhor atriz principal e o BAFTA de melhor série limitada. A obra foi indicada ao SAG Awards na categoria de melhor atriz em Minissérie ou Telefilme. E ganhou o Emmy de Melhor Roteiro em Minissérie ou Telefilme, mas havia sido indicado também nas categorias Melhor Atriz em Minissérie ou telefilme e Melhor Minissérie ou Telefilme.
A série está disponível na HBO Max.
Black Earth Rising (2018)
Black Earth Reason (2018) é uma obra-prima escondida na Netflix. Na minissérie, Michaela Coel vive a investigadora de origem ruandesa, Kate Ashby, que foi resgatada e adotada durante o genocídio em Ruanda pela advogada especialista em Direito Penal Internacional, Eve Ashby (Harriet Walter). Ao lado do advogado Michael Ennis (John Goodman), Kate parte numa profunda investigação dos desdobramentos pós-genocídio, ora para defender a ruandesa Alice Munezero, ora tentar prender o genocida Patrice Ganinama. Mas Kate acaba esbarrando em sua própria história, num drama que deve ser acompanhado com muita atenção e respeito, pois, apesar de ser ficção, traz parte da história de centenas de ruandeses.
Black Earth Rising mostra não apenas a busca de Katy pela sua identidade, mas por uma reflexão sobre o próprio comportamento humano e os motivos que podem levá-los a criar uma guerra e qual o papel dos diversos países na luta contra a barbárie em algumas nações. A série é uma tremenda aula de história.
Chewing Gum
Chewing Gum (2015) é uma comédia escrita e protagonizada por Michaela Coel, como a gente disse, ela é múltipla. A série acompanha a vida da jovem Tracy Gordon (Michaela), que foi criada por uma família religiosa, mas decide perder a virgindade aos 24 anos de idade. Mas aí está o problema: ela não sabe por onde começar. A série rende altas gargalhadas com as trapalhadas de Trace e seus confidentes, que tentam ajudá-la a alcançar o objetivo. A série possui duas temporadas.
Foto de capa: Reprodução.
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Formada em Jornalismo e com especialização em mídias digitais, a baiana tem dedicado sua carreira ao mercado audiovisual há oito anos, quando iniciou na área. Já atuou como produtora executiva em obras para a televisão e em diversas funções dentro da produção de uma obra. Apaixonada por filmes e séries, se considera uma viciada que assiste mais de seis obras por semana.