Propondo a descentralização da rede de arte e memória, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura celebra seus 26 anos com uma programação gratuita neste final de semana, diretamente do território em que está inserido, a comunidade do Poço da Draga, em Fortaleza.
A proposta reafirma o compromisso da instituição com a cultura como direito e com o território como extensão do fazer artístico, levando atividades para além dos limites físicos do equipamento.
Programação
No domingo, a partir das 12h, o público poderá conferir uma série de atrações musicais e coletivos culturais locais, no entorno do Centro Dragão do Mar, com acesso gratuito.
Iniciando ao meio dia, com uma roda de choro do grupo Não Insistas, Rapariga!, seguida de apresentação musical de Sérgio Krakowski & Convidados, com nomes como Arismar do Espírito Santo, Márcio Resende e Tauí Castro. Em seguida, o palco terá a Festa Crioula, coletivo artístico de Fortaleza que celebra corpos negros e LGBTQIAPN+, com participação do coletivo Princesinha de Favela.
A tarde seguirá com o Na Ponta da Agulha e se encerra com o Deixe com Elas, coletivos tradicionais de DJs de reggae de Fortaleza.
No sábado, o Pavilhão Atlântico foi palco da mostra Telas Plurais, ação em parceria com o Núcleo de Articulação Territorial (NAT). Foram exibidos três curtas-metragens que abordam memórias, infâncias e territórios:
Mutirão, o Filme (de Lincoln Péricles) – Uma criança descobre os registros do movimento popular que construiu sua quebrada, o Povo em Ação, e reimagina a história coletiva do seu território.
Rua Dinorá (de Natália Maia e Samuel Brasileiro) – A trajetória de Dinorá, uma menina de 10 anos do Conjunto Ceará que, ao vender rifas para realizar o sonho de competir em um campeonato de karatê, descobre a história e a potência da rua onde mora.
Cores e Botas (de Juliana Vicente) – Ambientado nos anos 80, o filme acompanha Joana, uma menina negra que sonha em ser paquita, enfrentando os limites do racismo estrutural nos meios de comunicação da época.
“Celebrar os 26 anos do Dragão do Mar extrapola a ideia de uma simples comemoração. É reafirmar nosso compromisso com a cultura como direito e com o território como extensão do nosso fazer. Ao levarmos a programação para comunidades vizinhas, como Poço da Draga, Moura Brasil e Graviola, reafirmamos o Dragão como um espaço vivo, que escuta, dialoga e se conecta com as pessoas e com a cidade”, destaca Camila Rodrigues, superintendente do Dragão do Mar.
Confira detalhes
CINEMA COMUNITÁRIO TELAS PLURAIS
26 de abril (sábado), 18h
Local: Pavilhão Atlântico – Poço da Draga
Filmes:
● Mutirão, de Lincoln Péricles
● Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro
● Cores e Botas, de Juliana Vicente
ATRAÇÕES ARTÍSTICAS
27 de abril (domingo)
Local: Poço da Draga (próximo ao Centro Dragão do Mar)
12h – Não insistas, Rapariga!, com participação especial de Samya Kassia
13h20 – Sérgio Krakowski
14h30 – Festa Crioula e Princesinha de Favela
16h20 – Projeto Na Ponta da Agulha
17h50 – Deixe com Elas
Foto de capa: Samuel Setubal.
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Estudante de Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Com uma paixão por contar histórias ignoradas pela mídia tradicional, dedica-se ao jornalismo de denúncia e celebração, principalmente ao jornalismo negro. Busco potencializar as vozes não ouvidas e trazer à tona narrativas raciais e sociais que importam: a celebração e resistência negra. Acredito no poder transformador da informação e no papel do jornalista como agente de mudança, comprometida com a justiça social e promoção da diversidade.