Radar Negro

Edital de apoio a pesquisadores negros e indígenas encerra inscrições nesta sexta

O Projeto Mukengi está com inscrições gratuitas abertas até esta sexta-feira, 20, para edital que tem como foco a temática “economia verde” e é voltada para a nova geração de pesquisadores negros e indígenas que possam pensar em soluções baseadas em ciência e tecnologia que atendam às necessidades das comunidades. A ideia é do Instituto Mancala, com apoio do Serrapilheira, e selecionará 20 pessoas com mestrado ou doutorado nas áreas de ciências exatas (vida ou saúde), cursando ou concluído.

O edital “Energia Nordestina: Empoderamento e Sustentabilidade através da Capacitação de Pesquisadores Negros e Indígenas” tem como objetivo promover uma capacitação que combina rigor científico com responsabilidade social e ambiental. Além do critério acadêmico, as vagas são exclusivas para candidatos autodeclarados negros ou indígenas.

“Precisamos de ações em várias frentes para superar a sub-representação de pessoas negras e indígenas nos espaços de pesquisa, e o Mukengi é especial nesse sentido, pois complementa o treinamento desses grupos em pesquisas acadêmicas com uma abordagem crítica”, explica Michel Chagas, gestor de Ciência do Serrapilheira. “O projeto problematiza o contexto de exclusão e integra, em seu programa formativo, técnicas acadêmicas com as perspectivas e valores das comunidades negras e indígenas.” 

“Quem melhor para resolver os problemas de sustentabilidade e meio ambiente das comunidade negra e indígenas, que os próprios negros e indígenas? É nisso que o Mukengi acredita: fortalecer o conhecimento em comunidade para o debate que há por vir, que mudará não só o clima, mas as nossas vidas”, afirma o coordenador do projeto, Leonardo Souza.

“A inclusão de pesquisadores e pesquisadoras negros, negras e indígenas no desenvolvimento de soluções para suas próprias comunidades é essencial para garantir que as transições, como é o caso da economia de baixo carbono, reflitam as realidades, visões e necessidades desses povos”, explica a presidente do Instituto Mancala, Rosani Matoso.

Como funciona

O Projeto Mukengi tem duas fases. Na primeira, que vai de 1º de outubro a 12 de novembro, em formato remoto, pesquisadores participam de encontros online com especialistas em sustentabilidade, abordando temáticas como energias renováveis e a intersecção entre questões socioambientais e raciais. Ao todo, serão 12 encontros, com duração de 1h30 cada.

Já a segunda fase será tanto presencial quanto online, com atividades de pesquisa que serão desenvolvidas diretamente nas comunidades negras, quilombolas, indígenas e periféricas. Nela, os pesquisadores irão desenvolver um projeto em equipe a partir do conhecimento adquirido na primeira etapa. 

Os participantes selecionados receberão uma bolsa mensal de R$ 700, pelo período de dois meses. O edital também disponibilizará R$ 10 mil para ser aplicado em uma proposta de pesquisa na área de transição energética, a ser desenvolvida em equipe. O projeto será escolhido pelos curadores do programa de capacitação após os encontros da fase inicial.

O nome da iniciativa, Mukengi, é uma referência à palavra “pesquisador” em Kimbundu, uma língua africana de Angola.

Cronograma do Projeto Mukengi 2024:

1ª fase – Online

  • Encontros virtuais entre 01/10/2024 e 12/11/2024, sempre às terças e quintas, das 19h às 20h30, sobre ciência, energias renováveis e inovação social.

2ª fase – Semi-presencial

  • Evento de abertura em Salvador, BA, no dia 25/01/2025.
  • Atividades de pesquisa aplicadas e visitas de campo durante dois meses.

Foto de capa: Mikhail Nilov/Pexels.

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