A quinta edição da Mostra Sergipana de Cinema Negro – Egbé teve início nesta quinta-feira, 3. Só que de uma maneira um pouco diferente, com sessões online, entre mostras, oficinas e debates que vão até dia 30 de setembro.
Em momentos conturbados como o que estamos vivendo, a arte, que sempre teve um papel importante nas nossas vidas, acaba tendo um peso muito mais relevante quando pensamos nas maneiras de atravessar uma pandemia na qual o isolamento social é imperativo para evitar a propagação do vírus.
“Desde sua primeira edição, a mostra busca abrir janelas para o cinema negro, levando essas narrativas também para o interior do estado de Sergipe, reforçando a autoestima preta das populações aonde o cinema sequer chega. A Egbé se tornou um espaço de aquilombamento, um espaço para conhecermos o que nossos cineastas têm criado, as histórias que têm contado e como essas narrativas nos ajudam a entender o lugar que ocupamos hoje”.
Sobre a 5ª edição
Nesta 5ª edição, a Mostra traz como centro da discussão o afrofuturismo no Cinema Negro. “Esse movimento que nos permite recriar o presente, recriar o passado e projetar um novo futuro através de nossa própria ótica”, diz Fábio Kabral. O objetivo principal desta edição da Egbé é proporcionar ao público narrativas em que no futuro estaremos vivos.
Além das exibições, esse ano a programação trará também atividades como masterclass sobre afrofuturismo com a Prof.ª Dr.ª Kênia Freitas, da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Além de oficinas com debates relevantes para o cenário do cinema negro como a oficina: Por uma cítrica de cinema afrocentrada, com o professor e pesquisador Alex Santana França. Você pode fazer as inscrições clicando abaixo:
EGBÉ – Masterclass Afrofuturismo
EGBÉ- Oficina: Por uma crítica de cinema afrocentrada
Confira a lista de filmes que serão exibidos
Em entrevista ao Negrê, a idealizadora da Egbé Luciana Oliveira falou sobre a edição. “Nossas expectativas são as maiores e nós, enquanto equipe, estamos muito ansiosos, principalmente nesta edição onde estaremos homenageando duas mulheres incríveis, como a Cristina Amaral, que montou vários filmes do cinema nacional, entre eles, o Ori. Que tem narração e texto de Beatriz Nascimento, que é nossa segunda homenageada e um dos motivos para fazer a EGBÉ acontecer”.
Luciana também falou sobre as dificuldades de produzir a Mostra. “Diante do cenário politico cultural que vivemos em Sergipe, conseguimos chegar aos 5 anos resistindo apesar dos problemas com financiamento público e apoios. Por outro lado, o público tem nos ajudado com financiamento coletivo, com vakinhas, então, é um ano especial para a gente e estamos ansiosos”.
Os filmes serão exibidos online em parceria com a Videocamp. Para assistir, basta acessar, realizar cadastro no site e se programar entre os dias 3 a 30 de setembro.
Foto de capa: Pritty Reis.
Graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Periférica e inquieta, tenta estar sempre em movimento. Co-criou o Hycast, um podcast sobre cultura pop, onde descobriu que sua voz aos poucos estava sendo ouvida. Co-criadora do Coletivo Ginga, um coletivo audiovisual com foco no protagonismo negro e criadora do Projeto Literal, que visa levar literatura e debates para áreas periféricas. Escreve semanalmente crônicas na plataforma de textos Medium, onde fala desde assuntos corriqueiros até cinema e TV. No tempo livre, se diverte na fotografia e na leitura seja de livros ou histórias em quadrinhos. Nordestina, conversadeira e barulhenta.