O governo do Ceará, através da Secretaria da Igualdade Racial do Ceará(Seir/Ce), realiza o Levantamento Estratégico de Dados sobre empreendedores negros, quilombolas, ciganos e de povos de terreiro do Ceará. A ação tem por objetivo elaborar o perfil dessas pessoas para direcionar políticas públicas voltadas para esse público, como elaboração de projetos de incentivo.
“Esses grupos tendem a ser marcados por muita vulnerabilidade, pelo desemprego, pela pobreza. E, diante desses cenários de dificuldade econômica, de geração de emprego e renda, muitos deles buscam o quê? Empreender. Então, o nosso propósito maior com esse levantamento é conhecer esses empreendedores, o que fazem, onde estão, quais as demandas principais”, explica a secretária da Seir, Zelma Madeira.
Ela fala ainda que apoiar e fomentar o empreendedorismo negro e dos Povos de Comunidades Tradicionais (PCTs) é um caminho para reduzir as dificuldades financeiras e econômicas que o racismo impõe. No Ceará, negros e pardos correspondem a 70% dos empreendedores, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), colhidos em 2022.
Ainda de acordo com o IBGE, o Brasil possui 29,9 milhões de empreendedores autônomos, sendo 15,9 milhões (52%) negros. No entanto, eles ganham cerca de 32% menos que brancos donos de negócios. O faturamento de empresários brancos do sexo masculino tem média de R$ 3.231,00, enquanto homens negros faturam em média R$ 2.188,00.
Empreendedores negros e de Povos de Comunidades Tradicionais (quilombolas, ciganos e povos de terreiro) podem participar do levantamento preenchendo o formulário.
Capacitação e formação
A Seir firmou parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae) e com a Secretaria do Trabalho (SET) para realizar capacitação e formação para empreendedores negros e PCTs.
O acordo foi assinado em setembro deste de 2023 e tem por objetivo realizar capacitação e formação para esses empreendedores e ações para o ingresso no mercado de trabalho por meio da criação de uma plataforma para cadastro específico do perfil desses trabalhadores, como estratégia de inserção em empregos formais e geração de renda.
Está prevista também a criação de banco de dados para raça/cor/etnia, com critérios de autodeclaração dos/as trabalhadores/as usuários/as dos serviços do IDT/Sine e formações sobre as relações étnico-raciais e o racismo diretamente com empresas/empregadores.
Foto de capa: Divulgação/Seir
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