A previsão é que até 200 mil refugiados etíopes entrem no território do Sudão – país do Norte da África – nos próximos seis meses, conforme afirma o Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, o país que faz fronteira com Etiópia – situado na região Oriental da África – abriga 36 mil imigrantes, e a chegada diária de novos refugiados varia entre dois e quatro mil pessoas.
Hameed Nuru, porta-voz da PMA, disse que os planos da Organização tiveram de ser alterados dado o alto fluxo de imigrantes. “Conseguimos preparar alimento para 60 mil refugiados por um período de um mês. Mas é claro, dada a situação atual, revisaremos nosso apoio, pois esperamos 200 mil refugiados”, disse ele em entrevista para representantes do Alto Comissariado do Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
As ações humanitárias das Nações Unidas declararam precisar de US$ 200 milhões (mais de um bilhão de reais) para dar suporte psicológico, abrigo e alimentação para todos os refugiados. Muitos chegaram ao país com transtornos psicológicos, medo e estresse em decorrência da guerra civil na Etiópia, conflito entre o governo federal do país e autoridades locais da região étnica do Tigré.
O combate teve início em novembro, após o Governo Federal acusar a Frente Popular para a Libertação de Tigré (FPLT) de atacar uma base militar e lançar uma operação de segurança contra a organização. O conflito já resultou em centenas de mortes e ameaça a estabilidade econômica do país.
Foto de capa: AP Photo/Marwan Ali.
LEIA TAMBÉM: Eleições de Gana em 2020: a batalha entre dois presidentes