Com apenas 15 anos, a tenista potiguar Victoria Luiza Barros já se consolidou como uma das grandes promessas do esporte brasileiro. Ela saiu, recentemente, de uma campanha histórica no Australian Open Juvenil, competição onde alcançou as oitavas de final, a jovem reforça o potencial do Nordeste no cenário esportivo internacional e carrega consigo um legado de representação negra em um esporte ainda marcado por barreiras sociais e raciais, já que ainda é bem elitizado.
Natural do Rio Grande do Norte, Victoria Barros iniciou sua história no esporte pelas areias do Beach Tennis, influenciada pela mãe, Maria Luiza. A nordestina tomou como inspiração a lendária Serena Williams, 43 anos, e foi, assim, que ela decidiu migrar para as quadras e trilhar um caminho que, hoje, a coloca entre as principais promessas do circuito juvenil. Através das redes sociais, ela tem compartilhado a sua trajetória.

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Desde os seus 13 anos, Victoria já chamava a atenção por seu talento nato e sua técnica diferenciada. No circuito mundial juvenil, fez jus ao seu nome e acumulou 35 vitórias em 41 jogos na temporada de 2023, conquistando quatro títulos em seis torneios disputados. O desempenho fez com que a tenista se destacasse não apenas no Brasil, mas também internacionalmente.
Reconhecendo seu potencial, o ex-técnico de Serena Williams, o francês Patrick Mouratoglou, 54 anos, convidou a jovem para integrar sua academia na França, um dos centros de treinamento mais prestigiados do mundo. Entre seus companheiros de treinos estão nomes, como Coco Gauff, Stefanos Tsitsipas e Holger Rune.
A relação com Mouratoglou trouxe ainda mais projeção para a potiguar, que recebeu elogios do treinador. “Ela tem um jogo muito completo e diferente do que vemos no tênis feminino. E, acima de tudo, joga com paixão e felicidade. Vocês ainda ouvirão muito sobre ela”, declarou o francês.
Em um esporte tradicionalmente elitizado, no qual a presença de atletas negros ainda é escassa; Victoria Barros carrega consigo um significado que vai além das quadras. A potiguar também é um exemplo para futuras gerações de atletas no Brasil, um país que viu poucas jogadoras racializadas atingirem o topo do tênis mundial.
Foto de capa: Luiz Candido/Luzpress.
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