A médica maranhense e colunista do Site Negrê, Rayssa Okoro, 28, foi convidada para participar do Programa de Liderança para Visitantes Estrangeiros Internacionais (IVLP) nos Estados Unidos, pela Embaixada Americana no Brasil. Com o tema “Cooperação em Saúde – Um Projeto Multirregional”, a jornada da edição, que passou por cinco cidades, iniciou no dia 30 de maio e encerrou no dia 21 de junho. No grupo, haviam representantes de 20 países diferentes que são profissionais na área da saúde.
“Foi uma experiência muito enriquecedora. Eu sou uma mulher negra, brasileira, médica que estava nos Estados Unidos representando o Brasil e falando das dificuldades que o nosso país enfrenta. Isso gera incômodo, mas eu gosto!”, afirma a médica maranhense Rayssa Okoro.

Conhecida por trabalhar e se preocupar com a saúde da população negra, a médica Rayssa Okoro passou por cinco cidades estadunidenses: Washington DC, Atlanta, Milwaukee, Akron e Cleveland. “Eu não sou nem um pouco fã dos Estados Unidos (risos), mas foi bem interessante perceber a organização tanto de entidades governamentais e não-governamentais acerca da saúde pública. Eu tenho aprendido bastante. Aqui [nos EUA], apesar do governo ser bem ausente comparando com o Brasil, existem vários sistemas muito bem organizados (do setor governamental) e muitas entidades privadas que atuam em conjunto (de uma forma bem eficaz até) para garantir saúde pública minimamente boa. Então tem sido bem interessante ver isso e aprender, porque, no Brasil, pelo menos na minha área de atuação, não vejo esse tipo de dinâmica”.

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Sobre o programa IVLP
Fundado em 1940, o International Visitor Leadership Program (IVLP), ou Programa de Liderança para Visitantes Estrangeiros Internacionais – em tradução livre, é um programa de intercâmbio profissional do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que objetiva construir compreensão mútua entre os EUA e outros países por meio de visitas de curta duração de líderes estrangeiros no território estadunidense. O projeto busca fortalecer as relações diplomáticas e promover o diálogo entre líderes internacionais.
“Uma das partes mais interessantes é a troca com pessoas de diferentes países. São 20 países diferentes que funcionam de formas similares e bem diferentes. Ajuda a abrir os olhos para entender como que a gente pode aprender com os casos de sucesso mas também como é possível existir uma colaboração entre os países, ou mesmo entre pessoas de diferentes países. Porque todo mundo aqui trabalha com saúde em algum nível. Não são todos médicos. Mas todos trabalham com saúde. E todos parecem ser bem engajados na melhoria do sistema de saúde das suas respectivas nações”, finaliza a médica maranhense Rayssa Okoro.
Foto de capa: Arquivo pessoal.
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Jornalista profissional (nº 4270/CE) preocupada com questões raciais, graduada pela Universidade de Fortaleza (Unifor). É pós-graduanda em Comunicação 5.0: Inteligência Digital e Novos Ambientes Comunicacionais pela Universidade Potiguar (UnP). É Gestora de mídia e pessoas; Fundadora, Diretora Executiva (CEO) e Editora-chefe do Negrê, o primeiro portal de mídia negra nordestina do Brasil. É autora do livro-reportagem “Mutuê: relatos e vivências de racismo em Fortaleza” (2021) e do livro de poesias “Relicário das coisas simples” (2025). Em 2021, foi Coordenadora de Jornalismo da TV Unifor. Em 2022, foi indicada ao 16º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Jornalista revelação – início de carreira”. Em 2023, foi indicada ao 17º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Região Nordeste” e finalista no Prêmio + Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira em 2023 e 2024. Soma experiências internacionais na África do Sul, Angola, Argentina e Estados Unidos.