Desde março de 2020, o Brasil vive uma das suas piores crises sanitárias, econômicas e sociais devido à Covid-19. Mesmo após 14 meses desde o início da pandemia e com vacinas que diminuem a chance de morte e evolução dos casos graves da doença, o país segue registrando números alarmantes de pessoas que testaram positivo e mortes pela Covid-19.
O Brasil segue com a média móvel de mortes acima de mil pessoas por dia. De acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de saúde, entre 17 de março e 10 de maio de 2021, a média ficou acima de duas mil mortes por dia. No dia 12 de abril atingimos o triste recorde de 3.125 mortes em 24 horas.
Já ultrapassamos 510 mil mortes por Covid-19 e dentre tantos erros cometidos da gestão do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde durante toda a pandemia, o atraso na vacinação e o negacionismo em relação às medidas de biossegurança, sem dúvidas colaboraram para a morte de mais de meio milhão de brasileiros. É necessário ressaltar que não se trata de apenas números, são filhos que jamais conhecerão seus pais, são mães que perderam seus filhos, amigos que perderam pessoas queridas, avós que foram embora.
O “Paz no futuro e glória no passado”, registrado no Hino Nacional Brasileiro, certamente não é para as milhares famílias enlutadas que não conseguiram se despedir dos seus entes queridos. Não será sobre glória que vamos falar no futuro quando nos reunirmos novamente e vermos que algumas cadeiras estão vazias porque tantos dos nossos foram arrancados de nossas vidas por uma doença para a qual já existe vacina. Quando olharmos para o passado, precisamos lembrar e responsabilizar os que colaboraram para essa imensa tragédia que nosso país viveu e vive.
Lembraremos que, de fato, os verdadeiros heróis foram os profissionais da saúde que incansavelmente e mesmo depois de mais de um ano de muita exaustão física e mental, continuam trabalhando e defendendo o Sistema Único de Saúde (SUS), lembraremos dos milhares de brasileiros que foram às ruas mesmo durante a pandemia para pedir vida, pão, vacina e educação e saíram de suas casas porque o presidente genocida era mais perigoso que o próprio vírus.
No estado do Rio Grande do Norte (RN), foram registrados mais de 330 mil casos confirmados e mais de 6.600 mortes por Covid-19, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). A vacinação segue avançando no estado, e a governadora Fátima Bezerra (PT), 66, única mulher governando um estado brasileiro atualmente, afirmou em suas redes sociais no último dia 14 de junho que até setembro o Estado vacinará pessoas com 18 anos ou mais.
No último dia 21, o Rio Grande do Norte havia vacinado mais de um milhão de pessoas contra a Covid-19 com pelo menos uma dose dos imunizantes, de acordo com o RN Mais Vacina, plataforma desenvolvida para acompanhamento e transparência do processo de vacinação contra a Covid-19 no estado.
O governo de Fátima Bezerra orienta a população em geral a manter as medidas de proteção contra o Coronavírus, como o uso de máscaras, álcool 70 e o distanciamento social. Entretanto, no município de Natal, capital do Rio Grande do Norte, o atual prefeito Álvaro Dias, 61, tem defendido o uso da ivermectina em falas públicas. Até mesmo no site oficial da Prefeitura da cidade há referência da recomendação do uso do medicamento.
Em maio de 2021, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) recebeu a denúncia feita pela vereadora e líder da oposição na Câmara Municipal de Natal, Brisa Bracchi (PT), 23, e abriu investigação contra a prefeitura pelos gastos com ivermectina.
É necessário ressaltar que as decisões da gestão do Governo do Estado potiguar sempre foram tomadas a partir de orientações científicas. Mesmo entendendo a importância da economia, o Governo do RN priorizou o mais importante para todos: a vida. Ainda falta muito para a população brasileira voltar ao que tínhamos antes da pandemia, mas sem dúvidas a partir de políticas públicas direcionadas para as pessoas que mais precisam e do avanço da vacinação em massa para todos os brasileiros, alcançaremos aos poucos dias melhores.
Foto de capa: Luana Tayse/Comunicação Ver. Brisa Bracchi.
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A jornalista potiguar Allyne Paz é apaixonada por arte e cultura. Há três anos é envolvida em produção audiovisual e trabalhou no setor de produção da TV Universitária do Rio Grande do Norte (TVU/RN) nos programas Cena Potiguar e Olhar Independente. Um dos seus trabalhos desenvolvidos na TVU foi o programa Peri, premiado como o Melhor Programa de TV Universitária, na última edição do Festival Aruanda (2019). Além da TV, foi diretora de produção dos curtas Mãe e Preta, produzido pelo Coletivo Mulungu, e do Asfixia, uma produção do projeto 70 Olhares, que é realizado pelo Ministério da Cidadania, com a produção do Instituto Cultura em Movimento – ICEM. Além disso, a jornalista tem experiência com assessoria de imprensa e produção de conteúdo para mídias sociais. Defende uma comunicação feminista e antirracista, pois sabe que ela acarreta melhorias na sociedade.