Ocupando espaços para além da arte visual, o artista Blecaute foi convidado para expor obras em pintura digital durante a cerimônia do Prêmio da Música Popular Brasileira, que acontecerá nesta quarta, 12 de junho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ).
Blecaute atualmente participa da exposição coletiva “FUNK: Um grito de liberdade”, no Museu de Arte do Rio, construída a partir da história do funk e os desdobramentos estéticos e políticos. As obras “Only Colored” (2022), “Filhos de um Deus que dança” (2022) e “Festa de Preto É Pra Se Libertar” (2022) fazem parte da trilogia “Festa de Preto” e retratam a relação entre musicalidade e negritude, reivindicando uma narrativa de festa, de arte e de cultura a partir de técnicas de colagem e pintura digital.
“Estou indo à premiação e representando não apenas meu bairro, toda Fortaleza e Ceará de um modo geral, sendo uma enorme responsabilidade, mas que carrego com muito orgulho e pés no chão. É apenas a segunda vez que vou ao Rio de Janeiro e, em ambas as ocasiões, foi graças ao meu trabalho artístico”, destaca.
Sobre o evento
O Prêmio da Música Popular Brasileira é um dos eventos mais tradicionais que celebra a produção artística nacional. O homenageado do ano é o incomparável Tim Maia. O festival conta com a direção de Zé Maurício Machline e curadoria de Gringo Cardia. O PMB teve mais de 7.500 artistas inscritos em categorias que abrangem lançamentos de músicas, videoclipes e projetos especiais. O evento tem o objetivo ainda de premiar os artistas, compositores, produtores e músicos que mais se destacaram ao longo de 2023.
Sobre Blecaute
Nascido e criado no Conjunto Riacho Doce, no bairro Passaré, Blecaute é artista visual e estudante de Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Concretiza estudos e visão de mundo enquanto negro e periférico por meio das artes plásticas. Como autodidata, começou a trajetória na pintura digital no final de 2019 e atualmente trabalha com diversos materiais e linguagens.
Em Fortaleza, o artista possui obras em exposição no Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e no Salão de Abril, na Casa Barão de Camocim.
Foto de capa: Alexia Ferreira.
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Estudante de Jornalismo na Universidade de Fortaleza (Unifor). Vê no fazer jornalístico o poder de tocar e conscientizar as pessoas através de histórias e vivências, principalmente as que não costumam ser o foco da sociedade: vindas da periferia. Sempre fui próxima da escrita, mas para além disso, busco escrever para o meu povo, para quem quer ler sobre afro referências, cultura da favela, manifestos raciais. Por isso, o jornalismo negro é o caminho que busco percorrer em minha carreira.