A premiação da Academia Brasileira de Cinema, a 19ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, foi transmitida virtualmente pela TV Cultura no último domingo, 11. Os cineastas nordestinos levaram 10 Troféus Grande Otelo das 32 categorias da premiação.
A produção do cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho, 51, no filme Bacurau (PE) levou seis estatuetas e se consagrou como a grande vencedora da noite. Com 17 indicações, se sobressaiu como: Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Efeito Visual, Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem Ficção, Melhor Direção e Melhor Ator.
O vencedor de outras duas categorias importantes foi o documentário Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar (PE), de Marcelo Gomes, 56. Nas modalidades de melhor longa-metragem documentário e melhor montagem documentário.
O diretor cearense Halder Gomes, 53, também ganhou dois troféus nas categorias: Melhor longa-metragem comédia, por Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral e Melhor série de Ficção TV Aberta, também com Cine Holliúdy, 1ª temporada.
De todo modo, Kléber não foi o único diretor pernambucano finalista nas duas categorias mais concorridas da premiação. Gabriel Mascaro, 37, também foi nominado a Melhor Direção e Melhor Longa-Metragem de Ficção pelo filme Divino Amor (2019).
Outras obras nordestinas que também foram indicadas foi Greta (CE), de Armando Praça, 42, que disputou em 14 categorias, incluindo Primeira direção de Longa Metragem; e A princesa de Elyria (PB), de Silvio Toledo, 53, concorrendo como Longa-Metragem de Animação.
Audiovisual Negro
Infelizmente, poucos profissionais negros levaram o Grande Otelo para casa este ano. Apesar disso, a cineasta paulista, Renata Martins conseguiu ser a única diretora a vencer a premiação, na categoria Melhor Curta-Metragem Ficção, com Sem Asas (2019). O consagrado, Fabrício Oliveira, 38, também ganhou uma categoria importante, a de Melhor Ator, por representar Simonal. Assim como a 1ª temporada do seriado Sintonia (2019), do produtor de televisão Kondzilla.
Entre os profissionais negros nominados, tivemos a atriz mineira, Bárbara Colen, 34, indicada a melhor atriz pelo papel de Tereza em Bacurau (2019). O ator gaúcho, Flávio Bauraqui, 54, pelo papel do detetive Macedo no filme A Vida Invisível (2019).
A cantora, Linn da Quebrada, 30, foi finalista a melhor trilha sonora por Bixa Travesty, mas quem venceu foram os filhos de Simonal, Wilson Simoninha, 56 e Max de Castro, 47. Os documentários Meu amigo Fela (2019) e Fevereiros (2017), o curta Alfazema (2017), Baile, Fartura, o filme Olhos d’Água (2015) e o curta Rã (2019) são outras produções indicadas, muito interessantes, de temática étnico-racial.
Confira a lista dos profissionais negros vencedores:
MELHOR ATOR
Fabrício Boliveira, por Simonal;
MELHOR TRILHA SONORA
Wilson Simoninha e Max de Castro, por Simonal;
MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO
Sem Asas, de Renata Martins;
MELHOR SÉRIE DE FICÇÃO TV PAGA/OTT
Sintonia, 1ª temporada, de Kondzilla e Johnny Araújo.
Foto de capa: Cena do filme Bacurau (2019)/Divulgação.
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Quando criança, sonhava em ser escritora. Hoje, é graduada em Letras e Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Prêmio Neusa Maria de Jornalismo. Produtora cultural, simpática, TCC nota 10 e faz tudo.