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Enciclopédia apresenta mais de 500 mini biografias de personalidade afro-brasileiras

De autoria de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lília Moritz Schwarcz, a Enciclopédia Negra (2021), publicada pela Companhia das Letras, revisita a história do Brasil, buscando resgatar as memórias e a história da população negra, que foi – e ainda é – excluída da história do Brasil. 

A obra foca nos períodos da escravidão e do pós-abolição. A narrativa é feita por meio de 417 verbetes, individuais e coletivos, apresentando 550 personalidades de diferentes regiões do país.

Foto: Companhia das Letras.

A Enciclopédia buscou contar histórias de “pessoas que se agarraram ao direito à liberdade; […] mães que lutaram pela alforria de suas famílias; professoras que ensinaram seus alunos a respeito de suas origens; indivíduos que se revoltaram e organizaram insurreições; curandeiros e médicos que salvaram doentes; músicos que criaram e expandiram maneiras diferentes de se fazer cultura; ativistas que escreveram manifestos, fundaram associações e jornais; líderes religiosos que reinventaram outras Áfricas no Brasil” (GOMES, LAURIANO e SCHWARCZ, 2021).

Para contar essas histórias, as pesquisas (que iniciaram no fim de 2014) foram feitas por meio de fontes historiográficas, antropológicas, literárias, arqueológicas e sociológicas, utilizando, por exemplo, matérias de jornais, diários, registros deixados por autoridades coloniais, além recuperar centenas de estudos e obras que analisam os processos, eventos e experiências da escravidão e do pós-abolição.

Outra preocupação desse projeto foi com o fato de que não haviam imagens de muitas dessas personalidades. Por essa razão, foi montada uma equipe de 36 artistas negres para produzir retratos dos biografados. Além de ilustrar a Enciclopédia, essas imagens compõem uma exposição, organizada pela Pinacoteca de São Paulo, que acontecerá de 1º de maio até 8 de novembro de 2021.

Foto: Companhia das Letras.

O projeto como um todo visa “contribuir para que brasileiros incluam em suas narrativas outros sujeitos históricos, em geral silenciados ou esquecidos pelos nossos manuais, livros didáticos e compêndios mais tradicionais” (GOMES, LAURIANO e SCHWARCZ, 2021).

Foto de capa: Companhia das Letras.

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