Para homenagear suas conquistas históricas, a jornalista e sufragista afro-americana Ida B. Wells (1862-1931) terá sua imagem transformada em uma boneca Barbie. A versão estará à venda nos Estados Unidos a partir da próxima segunda-feira, 17, coincidindo com o Dia de Martin Luther King Jr (1929-1968), celebrado em 18 de janeiro.
Sendo a mais recente adição à série Mulheres Inspiradoras (Inspiring Women), da companhia Mattel, a boneca apresenta a jornalista com o cabelo empilhado no topo da cabeça, em um vestido preto de gola com renda branca alta estilo 1800 e botas pretas.
A boneca Wells Barbie segura uma cópia do jornal Memphis Free Speech and Headlight, do qual ela foi co-proprietária. O anúncio veio a público em um post no Instagram no perfil da marca:
“A Barbie tem o orgulho de homenagear a incrível Ida B. Wells como o mais novo modelo em nossa série Inspiring Women, dedicada a destacar os heróis que abriram o caminho para gerações de meninas que sonham grande e fazerem a diferença”, declara a legenda.
O ativismo e o trabalho de Wells trouxeram “luz às histórias de injustiça que os negros enfrentaram em sua vida”, disse Barbie, acrescentando que aprender sobre “heróis” como Wells pode ajudar as crianças de hoje a imaginar um futuro melhor.
Sobre Ida B. Wells
Ida Bell Wells-Barnett (1862-1931), mais conhecida como Ida B. Wells, foi uma jornalista, editora de jornal, sufragista, feminista e socióloga norte-americana.
Nascida no período da escravidão, em 1862, Ida tornou-se a mulher negra mais famosa dos Estados Unidos, em uma época de profundo preconceito e violência generalizada contra negros.
Ela trouxe luz às histórias de injustiça que os negros enfrentaram em sua vida, co-fundando várias organizações. Ida B. Wells ficou muito conhecida por expor o racismo nos Estados Unidos. Em 1892, ela se tornou ativa na campanha anti linchamento depois de ter amigos mortos no País.
Uma das precursoras do movimento dos direitos civis, Ida foi uma das fundadoras da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), em 1909, com a ajuda do Partido Republicano, o qual fez parte.
Foi muito ativa no movimento feminista e do sufrágio, estabelecendo várias organizações de mulheres. Era excelente na oratória e na retórica, tendo viajado para o exterior para dar palestras.
Em seus últimos 30 anos de vida, Ida trabalhou na reforma urbana de Chicago (EUA) e criou uma família. Em 1930, Ida estava tão enojada dos candidatos de ambos os partidos que ela concorreu como candidata independente pela câmara de Illinois, mas perdeu. No entanto, tal ato fez dela uma das primeiras mulheres negras a concorrer pela legislatura estadual.
Após sua aposentadoria, Ida começou a escrever sua biografia, a Crusade for Justice (1928). Ela nunca a finalizou, pois morreu de insuficiência renal, em Chicago, em 25 de março de 1931, aos 68 anos. Seu sepultamento ocorreu no cemitério de Oak Woods, em Chicago.
Foto de capa: Divulgação/Mattel.
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Sou um anovelado de devaneios ansiosos e utópico. Acadêmica de Jornalismo e Letras apaixonada pela poesia da vida e das belas artes… Ama gatos, praia, esporte e café! Guria de prosa nordestina que escreve com desmedido pudor de ver a lírica dos seus sentimentos desnudos numa folha de papel. Tenciona a escrever verso para que o mundo seja mais amor e menos ódio.