Neste domingo, 19, é celebrado, nos Estados Unidos, o Juneteenth, feriado nacional que representa a libertação dos negros escravizados. Também conhecido como Dia da Liberdade, a data é uma homenagem ao dia 19 de junho de 1865, quando o Texas se tornou o último estado americano a libertar as pessoas negras da escravatura.
A abolição do sistema escravocrata estadunidense se deu no ano de 1863 nos EUA, assinado pelo então presidente Abraham Lincoln, que fez a Proclamação de Emancipação. No entanto, nem todos os estados da União executaram a ordem dada à federação. Mais ao sul do país, os estados tentaram manter essa proclamação desconhecida das pessoas escravizadas e, por dois anos, continuaram a operar o sistema comercial e opressor do trabalho escravo.
Foi somente em 1865, após o fim da Guerra Civil, que um militar americano, General Gordon Granger, se deparou com a escravidão ainda ativa ao chegar ao Texas. Então, ele declarou a Ordem N° 3, que obrigou o cumprimento da Proclamação Executiva de libertação dos escravos, feita dois anos antes.
A partir do ano seguinte, os ex-escravizados daquela região passaram a celebrar sua liberdade anualmente. As festividades eram realizadas à beira de rios e lagos, ou em igrejas, visto que não era permitido realizá-las em espaços públicos. Grandes churrascos, doces, músicas e as melhores roupas eram usadas nessa data especial.
Apesar da emancipação definitiva dos negros americanos ter ocorrido há mais de 150 anos, essa data foi reconhecida oficialmente apenas em 2021, pelo presidente Joe Biden. Hoje, o feriado comemora o progresso do povo negro enquanto comunidade e relembra que ainda há um caminho longo a ser trilhado em busca da igualdade racial.
É extremamente necessário que haja um olhar cuidadoso para o passado, para que seja possível lutar por equidade no presente e no futuro. Nessa perspectiva, o Site Negrê preparou uma lista de filmes que são paradas obrigatórias para compreender a história de violência e opressão de um povo. Se liga:
12 Anos de Escravidão (2013)
Salomon Northup, um negro livre que vive relativamente bem e em paz com família em Nova Iorque, nos EUA, é sequestrado e levado cativo para ser vendido como escravo. O filme mostra de perto os desafios que o homem negro enfrenta vivendo em um sistema opressivo e violento de trabalho forçado.
Confira o trailer:
Django Livre (2012)
O filme dirigido por Quentin Tarantino e estrelado por Jamie Fox, conta a história de uma aliança estranha, entre um ex-escravo chamado Django e um caçador de recompensas. Juntos, os dois homens irão atrás de dois criminosas procurados. Mas, a verdadeiro intensão de Django nessa jornada é salvar sua esposa que ainda está presa trabalhando como escrava para um fazendeiro sanguinário.
Confira o trailer:
Harriet (2019)
Harriet Tubman é uma mulher foragida do regime escravista no ano de 1849, no sul dos Estados Unidos. Ela se torna heroína nacional após ajudar centenas de escravos a se libertarem. Esse filme imperdível conta a narrativa de uma mulher forte e resiliente, que luta pelos direitos do seu povo.
Confira o trailer:
13ª Emenda (2016)
Tendo seu título como referência à abolição da escravatura americana, o documentário mostra como o fim da escravidão nos EUA culminou, não em liberdade, mas na criação de outros mecanismos de segregação da população negra. Neste filme, o sistema prisional é colocado em pauta e questionado.
Confira o trailer:
The Underground Railroad (2021)
The Underground Railroad – Os Caminhos para a Liberdade (2021) é uma minissérie de dez episódios, baseada no romance homônimo de Colson Whitehead, 51, e não é uma produção que romantiza a escravidão ou diminui o peso da violência do passado na tela. Mas para além de todo o sofrimento, a série tem uma fotografia bastante solar, que suaviza as nuances da tristeza dos escravizados. Está disponível na Amazon Prime Video.
Confira o trailer:
Foto de capa: Divulgação.
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Durante toda a minha formação, o ler, o escrever e o dialogar sempre me causaram entusiasmo; logo percebi que comunicar e trocar vivências me faz crescer, e por que não profissionalmente? Desde que aproximei meus laços com minhas origens, sou interessada principalmente em questões étnico-raciais e anseio colaborar com um Jornalismo que traga voz às narrativas pretas. Graduanda em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM), estagiei em uma agência de comunicação, produzindo e revisando textos publicitários.