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Longa-metragem projeta um território dividido em nações indígenas, negras e populares

O longa-metragem de animação cearense “Glória & Liberdade” (2025), produzido pela Moçambique Audiovisual e que projeta um território forjado por ideias de liberdade indígena, negra e popular, estreou no último dia 14 de junho no Festival Internacional de Curitiba. O evento é uma mostra competitiva brasileira de longas-metragens do Olhar de Cinema, considerado um dos principais eventos do circuito audiovisual do Brasil. Na categoria de longas, a produção foi a única animação e filme do Ceará presente.

A obra audiovisual tem direção da baiana radicada em Pernambuco Letícia Simões; também roteirista das séries “Cangaço Novo” (Amazon Prime Video) e “Maria Bonita e o Cangaço” (Disney+), e produção do cearense Maurício Macêdo, da série “Meninas do Benfica” (Globoplay) e do longa “Greta” (Armando Praça – 2019). O longa-metragem é, ainda, a primeira animação na história da competitiva de longas do Olhar de Cinema.

Com uma potente estrutura política e estética, a produção constrói uma poderosa fabulação histórica, imaginando um Brasil de 2050, reinventado pelas revoltas populares do século XIX: Cabanagem, Balaiada, Praieira e Sabinada. Há um retrato de um mundo em que o Brasil não existe mais. Os territórios que um dia formaram as regiões Norte e Nordeste se dissolveram após a partida de D. Pedro I (1798–1834), dando origem ao Continente Pau-Brasil.

Foto: Divulgação.

A história acompanha Azul, uma jovem documentarista da República da Bahia, que percorre quatro nações independentes. A personagem indaga: será que estão dispostos a reconstruir o Brasil? Seu objetivo é investigar as histórias de cada lugar e os motivos que tornaram impossível manter o antigo país unido. Azul é interpretada por Larissa Goés, atriz das séries “Cine Holliúdy” (Globo, 2023) e “Meninas do Benfica” (Globoplay, 2022), e dos filmes “Fortaleza Hotel” (Armando Praça – 2022) e “Cabeça de Nêgo” (Déo Cardoso – 2020). 

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Em sua jornada, Azul visita Taua Sikusaua Kato, nação indígena com mais de 130 etnias, do território da Amazônia; República de Caxias, zona das antigas províncias do Ceará, Maranhão e Piauí; o Reino Unido de Pernambuco, nação formada a partir da província Pernambuco; e, por fim, a República da Bahia, onde vive e onde a história se fecha. Assim, a trama se estrutura como uma viagem em quatro capítulos, cada um com estética própria, construído de acordo com as linguagens, memórias e culturas desses territórios imaginados. A proposta conta uma história múltipla e sensível às singularidades que compõem as quatro nações.

Ao longo dessa travessia, Azul encontra pajés, hackers, líderes populares e historiadores, que a ajudam a costurar memórias e tensões de um passado fragmentado. No entanto, a revolução mais profunda acontece mais próxima do que a protagonista pensa. Uma nova insurreição ameaça estourar dentro de sua própria casa e ela precisa avaliar, a partir dessa trajetória, o que aprendeu sobre revolução e liberdade.

Foto: Divulgação.

Sinopse

Estamos em 2050. O Brasil não existe mais. Após a sua fragmentação, Azul, uma jovem documentarista da República da Bahia, percorre os territórios do extinto Norte e Nordeste em busca de respostas sobre o colapso do que um dia foi uma nação unida. Mas ao fim dessa jornada histórica, é dentro da própria casa que ela encontrará sua revolução mais profunda.

Ficha Técnica

Direção e roteiro: Letícia Simões
Produção: Maurício Macêdo
Direção de animação: Esaú Pereira e Telmo Carvalho
Montagem e Co-roteiro: Pablo Nóbrega
Produção Executiva: Priscila Lima
Desenho de som: Nicolau Domingues
Trilha sonora original: Pedro Madeira

Foto: Divulgação.

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