Pernambuco

Pesquisa evidencia artistas negras que trabalham com barro em município pernambucano

Artesãs e produtoras culturais de Tracunhaém (PE), município da Zona da Mata Norte de Pernambuco, a 62 km de Recife, irão realizar, entre os dias 22 de março e 4 de abril, o lançamento de um projeto intitulado “Mulheres do Barro”. A pesquisa traz um mapeamento sobre as mulheres que trabalham com materiais feitos de barro na cidade pernambucana, que detém o título de Capital do Artesanato em Cerâmica, pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

No dia 22 de março, (sexta-feira), o evento de lançamento acontecerá na Escola Municipal Joaquim Canuto, às 9h, e contará com vivência com algumas artesãs e parte da equipe de trabalho. No dia 23 (sábado), a programação ocorre na Feira dos Artesãos de Tracunhaém, às 19h, enquanto no dia 4 de abril (quinta-feira), será feito em formato online por meio do site do projeto e do canal do YouTube, às 11h.

Artesã Silvia Ribeiro. Foto: Divulgação.

A iniciativa das artesãs é realizada com incentivo do edital Microprojeto do Funcultura e foi feita em conjunto com a pesquisadora Gabriela Feitosa.

Sobre a pesquisa

Entre os meses de novembro de 2023 e janeiro de 2024, as produtoras culturais realizaram um mapeamento das artesãs, por meio de visitas a ateliês, olarias e residências de Tracunhaém, coletando informações com a ajuda de um questionário. Ao todo, foram entrevistadas 50 artistas, cuja maioria é negra, que trabalham em diversas áreas que utilizam o barro como matéria-prima.

A faixa etária das mulheres da pesquisa é bem abrangente, dos 16 aos 95 anos. Delas, 34,04% das mapeadas são jovens adultas (estão entre 25 e 35 anos) e 23% delas são idosas (têm idades igual ou superior a 60 anos). “Uma nova geração de mulheres tem mantido a tradição com o barro na cidade, enquanto profissão e fazer artístico. Ao mesmo tempo, as idosas ainda têm o barro como subsistência e também mantêm a tradição”, afirma Gabriela Feitosa, pesquisadora colaboradora no Mapeamento Mulheres do Barro.

Artesã Dheny Santos. Foto: Divulgação.

Dentre outros dados coletados, o estudo mostra também que a cerâmica é a principal fonte de renda para 80,09% das artistas. No que diz respeito ao local de trabalho, somente 14,9% das mulheres mapeadas trabalham com cerâmica em associações ou coletivos, 31,9% das ceramistas trabalham na própria residência e 31,9%, atuam em estruturas improvisadas.

“Poucas mulheres trabalham com o apoio de associações ou coletivos. Esses dados demonstram que, se houver investimentos em espaços coletivos, mais mulheres poderão se utilizar desses ambientes para se desenvolverem profissionalmente. As mulheres que trabalham em suas casas usam parte de pequenos espaços para o trabalho”, conta Cintia Viana, Coordenadora pedagógica e idealizadora . 

Além do mapeamento, o projeto também incluiu a produção de um documentário gravado entre fevereiro e março deste ano, com o mesmo nome da pesquisa. Na obra, as produtoras contam sobre o processo de buscas e mostram a história de 12 artesãs do município pernambucano. Ele pode ser assistido nas redes sociais do “Mulheres do Barro” e foi realizado com recursos da lei municipal Paulo Gustavo.

Confira detalhes

Lançamento da pesquisa “Mulheres do Barro”

Quando: 22 e 23 de março e 4 de abril
Hora: 9h (dia 22), 19h (dia 23) e 11h (dia 4)
Local: Escola Municipal Joaquim Canuto, no dia 22 (Rua João Marques Pessoa, S/N – Tracunhaém-PE); Feira dos Artesãos de Tracunhaém, no dia 23; online, no dia 4
Como assistir online: por meio do site do projeto e do canal do YouTube

Foto de capa: Divulgação.

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