Aliou Cissé, 46, é o nome do atual treinador da Seleção do Senegal. Nascido em 24 de março de 1976, na cidade de Ziguinchor (Senegal), o ex-futebolista começou a jogar aos 16 anos, atuando na posição de volante. Cissé defendeu a equipe Senegalesa durante duas edições da Copa Africana das Nações (2002 e 2004) e na Copa do Mundo (2002), tendo decidido parar de jogar em 2009, quando tinha 33 anos. Em 2013, aos 37, deu início à carreira de técnico, comandando a equipe sub-23.
Aliou Cissé faz parte da geração de técnicos africanos que participam de mundiais, comandando equipes de seus países de origem; realidade que vem mudando o contexto das seleções africanas. Já que, historicamente, eram comandadas por técnicos estrangeiros. Durante a Copa do Mundo (2018) na Rússia, o senegalês era o treinador mais jovem e o único negro entre os 32 técnicos das outras seleções participantes.
“Temos uma nova geração [de técnicos] que está trabalhando, dando seu máximo. Não somos apenas ex-jogadores, mas também somos ótimos taticamente e temos o direito de estar entre os melhores treinadores do mundo”, declarou em entrevista.
O líder senegalês afirmou ter muito orgulho de ser um dos representantes do Continente Africano no mundial de 2018, em entrevista a uma TV holandesa. “Eu garanto que toda a África está nos apoiando. Eu recebo telefonemas de todos os lugares. Temos orgulho de representar a África”. Há quatro anos, o fato de ser negro foi um dos motivos que tornou Cissé um dos poucos treinadores negros na última Copa.
Em entrevista coletiva, treinador de Senegal pontuou que a questão de ser um único técnico negro na época era um debate longo e que nada tinha a ver com futebol. “Temos treinadores de qualidade na África. Represento uma nova geração que quer ter seu espaço no futebol africano e no futebol mundial”. Na avaliação de Cissé, o futebol africano tem produzido técnicos de qualidade, além de jogadores de destaque no mundo inteiro. Na Copa do Mundo deste ano, ele já não é mais o único negro. Rigobert Song, 46, lidera Camarões e Otto Addo, 47, lidera Gana.
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Cissé ainda avaliou que mesmo com a situação complexa de contextos socioeconômicos de países da África, as seleções e os jogadores africanos têm se destacado cada vez mais em mundiais como a Copa do Mundo. Ele projetou: “Tenho certeza que um time africano vai vencer a Copa do Mundo. Há 20, 25 anos, os países africanos vinham só fazer parte da Copa do Mundo”. Para ele, é preciso ter cada vez mais técnicos africanos para o futebol do Continente Africano seguir em frente.
Um pouco mais sobre sua trajetória
Aliou Cissé começou a jogar aos 18 anos na equipe sub-23 do Senegal e expandiu sua carreira no futebol francês e inglês, passando por clubes, como Lille (1994-97), Sedan (1998-2001), Paris Saint-Germain/PSG (2001-2002), Montpellier (2002-2004), Birmingham (2004), Portsmouth (2004-2006), Sedan novamente (2006-2008) e Nîmes (2008-2009).
O senegalês defendeu a seleção de seu país durante os anos de 2000 a 2009 e foi capitão durante a Copa do Mundo (2002), no qual obteve resultado histórico ao vencer a França, seleção campeã mundial até então. A vitória contribuiu com o acesso do seu time para as quartas de final, mas a equipe foi eliminada após derrota contra a Turquia.
Como técnico, tendo iniciado sua carreira lá em 2013, no comando da equipe senegalesa sub-23, foi promovido ao cargo no time principal quando o francês Alain Giresse, 70, saiu da liderança em 2015. E assim, ele exerceu seu cargo na Copa das Nações Africanas em 2017. No ano seguinte, comandou os Leões de Teranga (Senegal) na Copa do Mundo (2018). Três anos depois, esteve com o Senegal quando os senegaleses conquistaram o título inédito de vencedor na Copa Africana das Nações (2021), tendo recebido o prêmio de melhor técnico na gala da CAF Awards. E prolongou ainda seu contrato como treinador até 2024.
*Correspondente internacional do Negrê para países da África
Foto de capa: Reprodução/Instagram.
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Jornalista profissional (nº 4270/CE), preocupada com questões raciais, e graduada pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Também é Gestora de mídia e pessoas, além de Fundadora, Diretora Executiva (CEO) e Editora-chefe do Negrê, o primeiro portal de mídia negra nordestina do Brasil. É autora do livro-reportagem “Mutuê: relatos e vivências de racismo em Fortaleza” (2021) e do livro de poesias “Relicário das coisas simples” (2024). Em 2021, foi Coordenadora de Jornalismo da TV Unifor. Em 2022, foi indicada ao 16º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Jornalista revelação – início de carreira”. Em 2023, foi indicada ao 17º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Região Nordeste” e finalista no Prêmio + Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. Soma experiências internacionais na Argentina, África do Sul, Angola e Estados Unidos.
