A plataforma digital Black Women Investment Network (BlackWin) será lançada no Brasil a partir das 10 horas da manhã desta segunda-feira, 25, data em que marca o Dia Internacional da Mulher negra latino-americana e caribenha. O objetivo é apoiar a ascensão de mulheres negras no mundo dos investimentos, criando uma rede de investidoras-anjo, que poderão alocar seus recursos financeiros no empreendedorismo negro do país.
Idealizada e fundada pela economista afro-brasileira Luana Ozemela, em união com o grupo líder de mulheres negras Investidoras-anjo, a BlackWin chega agora ao cenário econômico brasileiro com a proposta de impulsionar o desenvolvimento financeiro da comunidade negra, que representa 54% da população do país, conforme com a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aplicada em 2020.
Força econômica
Luana Ozemela é CEO da Development Impact Managers and Advisors (DIMA Consult), grupo especializado em desenvolvimento econômico e social, estabelecido no Catar e no Brasil. A economista trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington, DC, onde criou um programa de equidade racial neste instituto.
Em uma fala para o canal de notícias E-investidor, Ozemela menciona: “Existe uma falsa visão de que apoiar gestores negros ou fundos orientados a negros é fazer caridade ou um tema social”. No site da plataforma, esse conceito é refutado ao considerar; “Mulheres negras são parte fundamental da força econômica do Brasil, empreendendo desde os tempos coloniais. A BlackWIN se inspira nos movimentos de articulação econômica e social para emancipação do povo negro”.
Apesar do crescimento do empreendedorismo negro, segundo dados para os Estados Unidos usando Crunchbase, as startups de empreendedores negros recebem apenas 1,2% do capital de risco investido.
Propósito
A BlackWin explana sua meta de viabilizar o protagonismo de mulheres negras no ecossistema de investimentos e inovações; elas irão, portanto, colaborar financeiramente com iniciativas comerciais deste grupo social. Será uma via de mão dupla, através da qual as investidoras-anjo poderão gerar e expandir sua riqueza pessoal, enquanto empresas lideradas por pessoas negras, poderão contar com um meio alternativo de obter capital para alavancar seus negócios.
Para que um negócio seja considerado pela BlackWin, é necessário que haja mais de 50% de participação acionária de pessoas autodeclaradas pardas e pretas (população negra), cargos de C-level ocupados por pessoas negras, ou mais de 25% de ações de propriedade pertencentes às pessoas pretas. Também serão priorizadas as empresas com “oportunidades de negócios inovadores, de impacto social e ambiental positivo para o mercado”.
Saiba mais
Acesse o site da plataforma aqui!
Contato: ola@blackwin.co
Foto de capa: Sora Shimazaki/Pexels.
LEIA TAMBÉM: Conheça o Blackoob, um clube de leituras pretas
Ouça o episódio #01 do Saúde Preta podcast – Por que falar sobre saúde da população negra?
Apoie a mídia negra nordestina: Financie o Negrê aqui!
Durante toda a minha formação, o ler, o escrever e o dialogar sempre me causaram entusiasmo; logo percebi que comunicar e trocar vivências me faz crescer, e por que não profissionalmente? Desde que aproximei meus laços com minhas origens, sou interessada principalmente em questões étnico-raciais e anseio colaborar com um Jornalismo que traga voz às narrativas pretas. Graduanda em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM), estagiei em uma agência de comunicação, produzindo e revisando textos publicitários.