O Festival Salvador Capital Afro (FSCA) acontece até esta sexta-feira, 8, com artistas, empreendedores, lideranças do setor cultural, curadores nacionais e internacionais. O evento tem como objetivo o fortalecimento de negócios da economia negra e, no primeiro dia, 6 de novembro, contou com um painel inaugural e uma programação rica em artes visuais, música e audiovisual.
A cerimônia de abertura teve a presença da vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos; do secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho; da secretária municipal da Reparação, Ivete Sacramento; do subsecretário de Cultura e Turismo, Walter Pinto, que coordena o Programa Salvador Capital Afro; da diretora de Cultura de Salvador e coordenadora do Festival, Maylla Pita; e do presidente da Fundação Zumbi dos Palmares, João Jorge, representando a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Ainda no dia 6, o painel inaugural “Mulheres negras movem o mundo: protagonismos femininos, empreendedorismo negro e criatividade” colocou no mesmo espaço vozes femininas influentes do Brasil e do exterior: Lylly Houngnihin, do Benin, e Jiselle Steele, do Reino Unido, compartilharam experiências com Oilda Rejane e Flávia Paixão, com mediação de Luana Nazareth, abordando desafios e conquistas das mulheres negras na economia criativa.
No audiovisual, o painel “Ajeum para o mercado audiovisual” trouxe histórias de Taís Amordivino, Marcela Lisboa e Maristela Matos, com mediação de Vânia Lima. Na sequência, ocorreu a oficina de produção de conteúdo para creators emergentes, com Letícia Sotero, fundadora do Asminas Conteúdo Digital.
A Feira Afrobiz, que reúne afroempreendedores de diversos segmentos, como moda, artesanato, acessórios e cosméticos, também teve espaço no festival. A feira oferece uma vitrine de visibilidade e um espaço de troca e inspiração para os empreendedores e visitantes, com homenagens aos participantes do programa AfroEstima Salvador, iniciativa que visa capacitar e fortalecer o afroempreendedorismo na cidade.
Nesta sexta, os destaques da programação são as oficinas práticas, como a de organização de portfólios artísticos e uma imersão de música eletrônica afrodiaspórica para DJs e beatmakers. No audiovisual, o painel “A reconstrução de Narrativas Negras pelo mundo” reunirá vozes internacionais e locais e resulta no lançamento do livro Os 50 pioneiros africanos por Tèju Baba. À noite, haverá showcases musicais, onde o público poderá apreciar apresentações de DJs e artistas da cena afro-baiana, como Malê Debalê e DJ Lunna Montty.
“O FSCA dá a oportunidade de mostrar ao mundo quem somos para além de nossas fronteiras. Esse é um momento para quebrarmos as barreiras visíveis e invisíveis que nos cercam. Vivemos em uma cidade que ainda carrega marcas do racismo, uma cidade que ainda necessita de políticas de reparação, embora esperemos que, no futuro, essas ações possam se tornar desnecessárias, substituídas pela verdadeira transversalidade que permeia a vida do nosso povo e se expanda para o mundo“, afirmou a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos.
“As coisas estão acontecendo naturalmente: já temos mais investimento privado, mais artistas vindo para cá, e demanda de conexões internacionais para a cidade. Salvador Capital Afro está avançando e transformando a cidade”, destacou o secretário de Cultura do município, Pedro Tourinho.
Programação
06 a 08/11 | Feira Afrobiz
Local: Quarteirão das Artes (Rua do Couro, Barroquinha)
Horário: das 10h às 18h
Dia 6 – Painéis
11h às 12h30 | Painel 1: Painel Mulheres negras movem o mundo: protagonismos femininos, empreendedorismo negro e criatividade, com Lylly Houngnihin (Benin), Jiselle Steele (Reino Unido) e mediação de Luana Nazareth
Local: Espaço Cultural da Barroquinha
14h30 às 16h | Painel 2: Painel Ajeum para o mercado audiovisual, com Tais Amordivino (BA), Marcela Lisboa (SP), Maristela Matos (SP) e mediação de Vânia Lima
Local: Sala Harildo Deda
Dia 6 – Oficinas*
*Programação é exclusiva aos profissionais inscritos previamente.
16h30 às 18h30 | Produção de Conteúdo para Creators emergentes, com Letícia Sotero (Asminas Conteúdo Digital)
Local: Sala Harildo Deda
Dia 6 – Masterclass
14h às 17h | Produção e Curadoria – o avesso de uma exposição, com Amanda Carneiro, Ana Helena Curti e mediação de Tiago Sant’ana
Local: Café Nilda Spencer
17h30 às 18h30 | Direitos Autorais e o Histórico de Desenvolvimento nas Culturas Periféricas, com Rebeca Elen (Realleza)
Local: Café Nilda Spencer
Dia 6 – Música
14h30 às 16h | PITCH COLETIVO
Neste ano, a Prefeitura de Salvador projetou os pitches coletivos de música do Festival SCA para oportunizar a inserção dos artistas e grupos qualificados através das Escolas Boca de Brasa e do Projeto Salvador Sonora, prioritariamente, em ambientes de negócios. Ao todo, 30 artistas/grupos participarão das rodadas de pitches coletivos e, deste total, 6 realizarão showcases para curadores e investidores nacionais e internacionais.
Local: Sala Nelson Maleiro
Dia 6 | Showcases
Horário: 18h
Local: Pátio Ya Nassou
Dia 7 – Consultorias*
*Esta programação é exclusiva aos profissionais inscritos previamente.
9h às 12h / 14h às 16h | Além da Lata: Consultoria de Distribuição de produtos de audiovisual
Distribuidoras: Cajuína e Fistaile
Profissionais: Leticia Santinon (Cajuína) e Talita Arruda (Fistaile)
Local: Sala Boca de Brasa Centro
11h às 12h / 14h às 18h | O PRINCÍPIO DE TUDO: Consultoria para Desenvolvimento de Roteiros
Profissionais: Elísio Lopes Jr e Kariny Martins
Local: Sala Harildo Deda
Dia 7 – Talks
16h30 às 18h | A voz ativa pelos nossos, com Vandal (rapper), Sued Nunes e mediação de Maylla Pita (Secult)
Local: Espaço Cultural da Barroquinha
Dia 7 – Masterclass
16h30 às 18h | Produção e Música no audiovisual – negócios de sincronização, com Mário di Pói
Local: Sala Nelson Maleiro
Dia 7 – Pitch Coletivo de Artes Visuais
Para a área das Artes Visuais, o Festival conta com a atuação especializada do artista visual e curador Tiago Sant’ana, que além de desenvolver conteúdos da área para programação do SCA, convidou artistas visuais negros da cidade de Salvador para participar das rodadas de Pitches do evento.
9h às 12h | Café Nilda Spencer
14h às 17h30 | Sala Boca de Brasa
Dia 8 – Painéis
14h às 16h30 | Painel 3: Troca de experiências entre mulheres negras artistas visuais, com Nadia Taquary, Jess Vieira, Rebeca Carapiá e mediação de Cintia Guedes
Local: Espaço Cultural da Barroquinha
14h30 às 16h30 | Painel 4: Artistas e repertório na indústria fonográfica, com Rayane Brum, Altafonte
Local: Café Nilda Spencer
17h às 18h30 | Painel 5: Direitos autorais: capitalizando com suas obras, om Rafa Dias, Marcia Bittencourt
Local: Sala Harildo Deda
Dia 8 – Oficinas*
*Esta programação é exclusiva aos profissionais inscritos previamente.
9h às 12h | Técnicas de organização de Portfólio (artes visuais)
Facilitador: Mulambo (artista visual)
Local: Sala Nelson Maleiro
14h às 16h | Oficina 1: Imersão de música eletrônica afrodiaspórica para DJ’s e Beat makers
Facilitadores: DJ Anaïs B (França) + Jordi Amorim
Local: Sala Harildo Deda
Dia 8 – Talks
9h30 às 11h | Criação de produtos criativos para o turismo a partir de linguagens artísticas, com Jimmy Filmeiro (artes visuais), Viviam Caroline (música) e Emerson Dindo (audiovisual) e mediação de Joice Santos
Local: Sala Harildo Deda
10h às 11h30 | Turismo Cinematográfico: O audiovisual como linguagem de promoção turística, com Deji Akinpelu, Milena Anjos (Salcine) e mediação de Tânia Neres (Embratur)
Local: Café Nilda Spencer
17h às 18h30 | A reconstrução de Narrativas Negras pelo mundo, com Tèju Baba (Autor e escritor beninense), Safira Moreira (Brasil), José Carlos (Zezão) do Zumbi Arquivo Fotográfico (Brasil) e mediação de Steh Souto.
Local: Café Nilda Spencer
Dia 8 – Showcases
Horário: 18h
Local: Pátio Ya Nassou
Foto de capa: CS Produção Audiovisual/Divulgação.
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