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Sapatilhas de Ingrid Silva entram para a história da dança afro-americana

“Não é só uma sapatilha, é uma conquista”, declarou a bailarina clássica Ingrid Silva, 31, em uma rede social, após ter um par da sapatilha que usou em 2013 e 2014 exposto no acervo do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana (Smithsonian National Museum of African American History and Culture), de Washington D.C. (EUA). Entre tantos valores simbólicos, a peça também ganha status de arte contemporânea.

Ao enfrentar dificuldade de encontrar sapatilhas em seu tom de pele, Ingrid decidiu pintar suas sapatilhas de base. Sabendo disso, sua marca favorita de maquiagem, a Chacott, a presenteou com um novo par de sapatilhas no próprio tom de pele da bailarina brasileira. Isso aconteceu no final de 2019 e influenciou o mercado a diversificar o tom dos calçados.

Foto: Reprodução/Instagram.

Honrarias

Na última semana, Ingrid Silva recebeu algumas honrarias por sua relevância na dança e por seu trabalho de inclusão e promoção da diversidade no ballet, que ainda é um meio tão eurocentrado. Seus projetos, a organização sem fins lucrativos EmpowHer NY e a plataforma Blacks in Ballet promovem a existência de corpos negros nestes espaços.

Além de ter a sapatilha anexada ao acervo do Museu de Arte Africana dos Estados Unidos, no último domingo, 4, seu nome foi listado entre as 100 personalidades afrodescendentes mais influentes no mundo em 2020 (MIPAD – Most Influential People of African Descent), na categoria humanitarismo e ativismo.

Natural do Rio de Janeiro, Ingrid começou sua formação clássica aos oito anos, por meio do projeto social Dançando Para Não Dançar (RJ), com o qual ela mantém um vínculo até hoje. Aos 18 anos, Ingrid foi admitida no programa de verão do Dance Theatre of Harlem, companhia em que é a primeira bailarina. Desde os anos 1969, o Dance Theatre of Harlem inova adaptando seus figurinos ao tom de pele dos bailarinos.

Foto de capa: Reprodução/Instagram.

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