Recentemente, eu vim ouvindo um dos álbuns que eu mais gosto de todos os tempos que é chamado The Miseducation of Lauren Hill (A deseducação de Lauren Hill), dessa artista atemporal e singular. E, dentro do álbum dela, havia uma inspiração que eu não conhecia, que é um livro chamado “A (des)educação do Negro” (2021), do autor e historiador norte-americano Carter G. Woodson (1875-1950). Eu fiquei maravilhado começando a ler esse livro porque ele traz perspectivas que eu nunca havia imaginado antes.
Perspectivas de como é que a gente pode desconstruir várias coisas que nos são dadas para poder pensar na nossa vida; com qualidade, responsabilidades e diversas outras perspectivas novas e que são prósperas ao desenvolvimento da negritude.

Então, depois desse expandir a minha mente, eu gostaria de trazer para vocês alguns aprendizados ou algumas reflexões que ainda estão no caminho para que a gente possa discutir, conversar sobre afins. E o primeiro tópico que eu achei mais interessante foi pegar dos meus valores e poder discutir um pouco sobre isso. E um dos meus valores mais importantes é integridade.
Integrar-se
Daí me veio a primeira pergunta: Quem definiu o meu certo ou o meu errado? A partir do certo ou errado, nós temos um senso de moral muito grande que é permeado pelas comunidades que a gente frequenta; também é permeado pela maneira como a gente interage com as pessoas e por aí vai. E quando a gente começa a se deparar com essas realidades entre o certo e errado, a gente vê uma polarização muito grande entre esses dois lugares.
Porque o certo é dito sempre ser certo e o errado é dito sempre ser errado. Mas quem conhece o filme da sua vida melhor do que você? Quem sabe o certo e como ele é construído melhor do que você? É sempre muito importante a gente olhar para o certo ou errado da nossa perspectiva e da perspectiva do outro para a gente poder criar um equilíbrio.

A integridade, ela precisa partir desse lugar onde a gente não se esquece de nós mesmos, mas ao mesmo tempo a gente contempla aquilo que é do outro. Contempla não é a mesma coisa que aceitar incondicionalmente. Cabe dizer isso aqui a vocês.
E é bem interessante que a gente, por temer esse certo ou errado da maneira moral que é jogada como unidade negra, a gente muitas vezes consegue compreender leis, a gente consegue compreender regras com muito mais facilidade do que pessoas brancas. E por isso, a gente tem medo dos nossos direitos! A gente tem receio de acolher os nossos direitos, porque a gente também não conhece quais são os deveres que a gente cumpre.
Qual a moral?
Até que a “mente branca”, como diz o filme Corra (2017), de Jordan Peele, chega pra gente e mostre aquilo que a gente deve fazer. Então é bem interessante a gente poder ter essa liberdade de pensar quais são os medos que a gente tem de errar ou reivindicar os nossos direitos, se eles são adquiridos.
A que moral nós vamos responder quando a gente passa por um período de desconstrução e a gente agora sabe que… podemos viver sim com os nossos direitos, podemos viver também com o nosso livre arbítrio, com as nossas responsabilidades pra, assim, a gente poder assumir as nossas escolhas de maneira inteligente. E mais do que tudo a gente poder assumir as nossas escolhas de maneira responsável, sabendo qual a intencionalidade que permeia aquela escolha.

Podendo assumir o que aquela escolha pode trazer de bom ou de ruim; as consequências positivas e negativas, os lucros e as perdas. Por isso, é muito importante a gente poder fruir da sabedoria dentro das nossas escolhas. Muito obrigado pela atenção, galera. Tudo de bom pra vocês!
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Referências
HILL, Lauryn. The Miseducation of Lauren Hill (A deseducação de Lauren Hill). Estados Unidos: Ruffhouse Records e Columbia Records, 1998.
WOODSON, Carter Godwin; EMICIDA. A deseducação do negro. 1ª edição. Brasil: Edipro, 2021.
Get Out (Corra). Direção de Jordan Peele. Estados Unidos: Blumhouse Productions, Monkeypaw Productions, Universal Studios e QC Entertainment, 2017. Longa-metragem, 104 min.
Foto de capa: Imagem gerada por Inteligência Artificial (IA) no Canva.
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Psicólogo (CRP: 11/11607) e Palestrante. Um criolo cearense buscando ascensão social em massa para o povo preto. Graduado em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Especialista em Psicologia Positiva. É Fundador e CEO do projeto “Por Mais Simples que Seja”. Gosto de pensar sobre a vida e conversar com pessoas sobre perspectivas de ascensão e crescimento pessoal.