É pedindo licença aos mais velhos que Afroito, 27, põe na roda seu novo trabalho, Menga. Lançado na sexta-feira passada, 26, o álbum audiovisual é um convite para “mengar” ou “mexer-se” e tem na sua coluna vertebral um ritmo genuíno da cultura popular pernambucana, o coco.
Completamente autoral, Menga é fruto de um processo de escuta de artistas ícones do ritmo no estado, como Selma do Coco, Mestre Ana Lúcia, Aurinha do Coco, Mestre Galo Preto e tantos outros. A obra é constituída de 11 faixas e quem abre a roda é Tomara, seguida de Diga, Lamento, Fobia de Gente, Amaci, Reza Juremeira, Orikí dos Rios, Madrugada, Perco Tudo, Liamba e, por fim, Mirueira.
“Espero que essa nova etapa de trabalho musical proporcione ao ouvinte uma projeção de futuro, que todo mundo que escutar ou ver esse álbum sinta-se automaticamente junto de quem gosta, especificamente em uma roda de coco, seja vendo, batendo palma ou se jogando no pé de dança. E, se o corpo precisa refletir a dor, reflita. Se precisar refletir sobre a cura, reflita também. Se o corpo precisar de festa, se projete para essa energia, para esse lugar sugerido, para um momento de felicidade”, afirma o artista.
A versão audiovisual do álbum entrelaça harmonicamente as imagens com as batidas dos pés, a voz, a alfaia, o pandeiro, a percussão, o ganzá, o violino e o coro para juntos reconstituírem a atmosfera de um lugar de reverência à ancestralidade. No elenco estão Dom Santana, Kildery IARA, Valdinete Dornellas e o próprio Afroito.
“Eu construí o álbum com recortes de imagem que eu tinha na cabeça, de passagens da minha vida e como isso poderia ser retratado através da arte e dos meios de expressão que ela possibilita. Por isso, queria muito que tivesse a parte visual, com uma construção narrativa e estética que fosse ao encontro do que eu dialogo, que é embarcar sobre nossos sentimentos e a intensidade das nossas relações sociais. Tudo isso preservando a simplicidade, ponto crucial nas minhas criações, o que conta muito sobre quem eu sou”, revela.
O projeto é fruto de incentivo da Lei Aldir Blanc, viabilizado pelo Governo de Pernambuco. Também conta com produção executiva de Hévilla Marques, assistência de produção de Maristella Lourenço e fotografia de Júlio Fonseca, Júnior Soac, Mateus Bernardo e Meujaela Gonzaga.
Afroito em Números
Afroito é um cantor e músico autoral pernambucano, que já trabalhou em parceria com artistas como: Malka Julieta (SP), na música Debesta, produzida à distância no início do isolamento social; colaborou no EP dellacrox da MC Dellacrox (SP); e também com o grupo A Banca 021 (RJ), no álbum Lírios são Deusas, lançado pela Sony e publicado na página da VEVO mundial. Sua participação no clipe de Cor de Mel (2020), já bateu quase 787 mil visualizações no YouTube.
Com mais de 11.500 seguidores no Instagram e 4.200 inscritos na página do Facebook, as músicas de Afroito estão em todas as plataformas de streaming. Na Brasil360, ele tem mais de 26770 ouvintes, e na Radar Brasil mais de 35480 ouvintes.
Seu maior sucesso continua tocando nas rádios locais e em playlists organizadas pelos serviços de streaming: a canção autoral e de produção independente, Obará, está com quase 122 mil reproduções no Spotify. Além disso, o videoclipe da música tem mais de 12 mil visualizações orgânicas em no canal do YouTube.
Considerado a nova aposta da música contemporânea e popular pernambucana, Afroito foi escalado para dois dos principais festivais de música locais neste ano, integrando o grupo das atrações da 1ª edição digital do “Abril Pro Rock” e a 2ª edição virtual do Coquetel Molotov.EXE, com show transmitido na segunda-feira, 29.
Assista “Menga” na íntegra:
Foto de capa: Divulgação.
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Quando criança, sonhava em ser escritora. Hoje, é graduada em Letras e Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Prêmio Neusa Maria de Jornalismo. Produtora cultural, simpática, TCC nota 10 e faz tudo.