Ceará Vozes

Conheça a bailarina cearense selecionada para estudar ballet clássico em Goiânia

O balé é feita de poesia. A bailarina com espírito de borboleta faz dos pés caneta, rabiscando seus movimentos em versos, trazendo toda a sua harmonia e transformando em dança. 

Com roupas leves e sapatilhas, bailarinos compõe narrativas vívidas, permeadas por saltos e giros, pas de deux e variações. O balé é um suspiro de fantasia, que ao misturar emoções de bailarinos e espectadores, cria um espaço único de comunicação e arte. Por mais simples que o movimento seja, se existe inspiração e sentimento, aos olhos do público se torna uma verdadeira obra de arte. 

Natural de Fortaleza (CE), Geovanna Miranda, 14 anos, começou a estudar ballet clássico aos dois anos e 10 meses na escola em que fazia o ensino infantil. Aos oito anos, entrou como bolsista em uma escola só para bailarinos. Atualmente, ela estuda ballet no Studio de Dança Natasha Quintela. Desde então, ela vem se dedicando e treinando para poder realizar o seu sonho. E com todo o seu esforço conseguiu ótimos resultados em festivais de dança. 

Hoje, Geovanna foi selecionada para fazer balé em Artes Basileu França, escola localizada em Goiânia (GO). Para pagar as despesas com viagem e moradia, ela decidiu fazer uma vakinha online. “Espero que vocês possam me ajudar a conseguir parte do meu sonho que é me tornar uma bailarina profissional e dançar por todos os palcos do mundo mostrando toda a minha paixão pela dança”, diz a bailarina. 

Em entrevista cedida à reportagem do Site Negrê para a editoria Vozes nesta quinta-feira, 17, a cearense contou um pouco sobre sua história de perto. Confira a seguir: 

Negrê O que te despertou para começar a dançar? 

Geovanna Miranda – Na verdade, eu comecei o ballet porque um de meus irmãos estava muito doente e minha mãe tinha que ficar no hospital com ele. Então, eu tinha que ficar com meus outros irmãos, pois meu pai trabalhava. Assim, minha mãe me colocou no ballet e eu já ficava pra escola do infantil. Eu acabei me apaixonando pelo ballet e estou nele até hoje!!! 

N Quais suas principais memórias no palco? 

G.M. – Da primeira vez que eu dancei um solo em uma competição em 2017 e quando eu dancei pela primeira vez uma variação na ponta também em uma competição. Eu estava numa grande mistura de nervosismo, ansiedade e alegria e assim que eu entrei no palco, tudo isso passou. Eu senti que eu era livre e me diverti o máximo que pude. Eu nunca irei me esquecer dessa sensação!!! 

Geovanna Miranda. Foto: Hugo Silveira.

N Quais são os maiores desafios na rotina de uma bailarina?

G.M. – Acho que pra mim que não tenho uma perna muito alta e nem tenho tanto en dehors é muito difícil trabalhar isso, mas principalmente os calos, pois quando ensaiamos demais na ponta acabamos ficando com calos. Às vezes, ficam em carne viva e demora muito pra sarar. 

N Você foi selecionada para fazer balé em outra cidade, né? Me conta como foi o processo de seleção e sua experiência. 

G.M. – Fui sim, pra Escola Basileu França em Goiânia. A seleção foi por vÍdeo, foram duas semanas em que eu gravei vídeos de duas coreografias, uma variação de repertório, um solo de contemporâneo e também um vídeo fazendo aula. Depois, eu fiquei super ansiosa pelo resultado, duas semanas depois eu soube e fiquei muito feliz em saber que eu fui aprovada. 

A bailarina cearense. Foto: Hugo Silveira.

N A cultura brasileira é muito rica e diversificada no país e reflete a pluralidade do nosso povo. O país tem passado por uma importante transformação social, política e econômica. Nesse sentido, para você qual o papel da cultura e da sua arte nesse processo? 

G.M. – Bom, esse ano realmente foi difícil para nós da arte principalmente na dança, pois não tínhamos o palco para nos apresentar. mas ao mesmo tempo foi enriquecedor, porque tivemos oportunidades de ter aulas e competir virtualmente para o mundo todo e, assim, as pessoas poderiam conhecer mais a dança e isso é muito importante. Muitas pessoas não reconhecem o nosso esforço e que a dança é uma coisa que não tem muito valor, mas eles precisam conhecer essa arte e apoiar mais as pessoas que fazem ela.

Se você quiser ajudar a bailarina cearense Geovanna Miranda com sua vakinha online. Basta acessar esse link aqui.

Foto de capa: Jeniffer Rodrigues.

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