Mostra de Cinemas Africanos promove estreias nacionais de 11 a 25 de setembro

A Mostra de Cinemas Africanos acontece entre os dias 11 e 18 de setembro em São Paulo (SP) e de 18 a 25 de setembro, em Salvador (BA). O festival apresentará longas e curtas de 14 países do continente africano, com títulos inéditos no Brasil e uma programação especial sobre exploração colonial, violência e epistemicídio. Convidados africanos participarão de debates pós-sessão. Os ingressos para assistir aos filmes custam entre R$ 8,00 e R$ 24,00, enquanto as atividades paralelas têm entrada franca.

Programação em SP

A abertura da mostra conta com a obra “Black Tea – O Aroma do Amor” (2024), de Abderrahmane Sissako, premiado cineasta mauritano. O longa conta a história de uma jovem da Costa do Marfim que se apaixona por um homem chinês mais velho, após imigrar para a Ásia.

Nascido na Mauritânia, Sissako é conhecido por filmes que exploram a globalização e o deslocamento, com várias premiações em festivais internacionais. Com apoio da Embaixada da França no Brasil e no Senegal, o cineasta estará presente no festival e participa de uma masterclass no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. O evento é gratuito e acontece dia 12 de setembro (quinta-feira), das 10h30 às 13h, com mediação da pesquisadora brasileira Hannah Serrat.

Outro destaque é o conto senegalês Banel e Adama (2023), da franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy, que acompanha um jovem casal de uma pequena aldeia confrontado pelas convenções da comunidade. O filme, que concorre à Palma de Ouro no Festival de Cannes 2023, foi exibido no Festival do Rio no ano passado e fará a pré-estreia comercial no Brasil na Mostra de Cinemas Africanos.

Entre os filmes estreantes no Brasil que também contarão com a presença dos realizadores, estão a docuficção Pirinha (2024), da cabo-verdiana Natasha Craveiro, que apresenta a jornada de uma jovem lutando para libertar-se das masmorras de seu subconsciente e dos traumas de infância; o documentário “Banido” (2024), de Naledi Bogacwi, da África do Sul, que narra os acontecimentos em torno do filme “Joe Bullet” (1973), composto totalmente por pessoas africanas negras e banido pelo governo do apartheid; e o nigeriano Dika Ofoma, que discute as complexidades das relações comunitárias e familiares em um contexto de tensão política no curta “Uma Segunda-Feira Tranquila” (2023).

Programação em Salvador

Além dos filmes estreantes, a curadoria preparou programações especiais que giram em torno de marcos históricos, como os 30 anos de liberdade na África do Sul, 30 anos do genocídio em Ruanda e o centenário de Amílcar Cabral (1924-1973), icônico líder revolucionário da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Em Salvador, também serão realizadas atividades formativas, como laboratório crítico e minicursos.

A programação na cidade baiana também é marcada por um encontro inédito que vai reunir mais de 50 profissionais do audiovisual africano e brasileiro, que atuam em diversos setores da cadeia de produção, do roteiro à distribuição. O Encontros do Audiovisual Brasil-África busca criar um espaço propício para a colaboração, onde conhecimentos e experiências podem ser trocados para impulsionar as indústrias cinematográficas dos dois territórios.

O projeto Encontros do Audiovisual Brasil-África foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

Confira detalhes

Mostra de Cinemas Africanos 2024 – São Paulo (SP)

Quando: 11 a 18 de setembro
Onde: Cinesesc
Masterclass com Abderrahmane Sissako, em São Paulo

Quando: 12 de setembro
Horário: 10h30 às 13h
Onde: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc