O quinto e último episódio da 1ª temporada do Negra Voz Podcast venceu a premiação jornalística mais prestigiada do país, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Na categoria Produção Jornalística em Áudio. A cerimônia que tradicionalmente acontece no dia 25 de outubro, data da morte do jornalista, nesta edição, será transmitida online pelo canal da premiação no YouTube.
O calendário deste ano seguiu algumas etapas que também podem ser assistidas virtualmente. No último dia sete de outubro, foi divulgada a lista dos finalistas no site. Em 17 de outubro, a comissão de júri fez uma sessão pública, no formato de live, na qual os vencedores e as menções honrosas foram definidas. No dia anterior à solenidade, sábado, 24 de outubro, acontece uma Roda de Conversa com os ganhadores.
O episódio As histórias de Mercedes Baptista, Consuelo Rios, Bethânia Gomes e Ingrid Silva, apresentado por Tiago Rogero, jornalista do veículo O Globo; concorreu com 89 trabalhos inscritos, para conseguir ficar entre os cinco finalistas da categoria de áudio e vencê-la. O podcast conta como a história das quatro grandes bailarinas negras brasileiras se entrelaçam. O júri ficou tocado pelo contraste da dura denúncia ao racismo institucional, em meio a uma expressão artística tão delicada quanto o ballet.
Negra Voz
A série de episódios do podcast é apresentado, produzido, roteirizado e editado por um profissional negro, que subverte seu espaço na mídia tradicional, contando a História Negra do Brasil. Uma história que ainda não está presente nos livros didáticos escolares. Já que foi feita e escrita por negros do passado, para construir um futuro.
O primeiro episódio é uma entrevista inédita com a atriz Ruth de Souza (1921-2019), pioneira de tantas formas na dramaturgia brasileira. O roteirista, Rodrigo França, 41, também conversa com o apresentador.
O segundo episódio é sobre o rapper Sabotage (1973-2003), que só conseguiu lançar um único disco, o que foi o suficiente para revolucionar o rap nacional. Tiago Rogero também entrevista a poeta Andrea Bak.
O terceiro traz a história da primeira mulher a se tornar chef de cozinha profissional no Brasil: Benê Ricardo (1944-2018). O episódio também traz uma entrevista com a chef Dandara Batista.
O quarto episódio é uma entrevista com a escritora mineira Conceição Evaristo, 73. Também conta a história da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917), a primeira autora negra a publicar um livro.
Outras Vozes premiadas
A jornalista Cecília Olliveira, do The Intercept Brasil, recebeu a menção honrosa na categoria Produção Jornalística em Multimídia pelo especial Arsenal Global. No qual aborda a questão da violência urbana na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
A matéria Rolê nas Gerais, apresentada pela jornalista Tábata Poline, produzido pela equipe da Globo Minas, cuja temática é de valorização da autoestima da população negra periférica, também recebeu a menção honrosa na categoria Produção Jornalística em Vídeo.
O ícone da luta abolicionista Luiz Gama (1830-1882) e a filósofa Sueli Carneiro, 70, receberam o Prêmio Especial Vladimir Herzog 2020. Isso por serem duas personalidades que prestaram serviços relevantes à causa da Democracia e Direitos Humanos. Em 2017, o heroico repórter investigativo Tim Lopes (1950-2002) também recebeu este mesmo Prêmio Especial.
Saiba mais
42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog
Quando: 25 de outubro, domingo
Horário: de 18h às 20h
Onde: transmissão ao vivo pela internet
Foto de capa: Divulgação do 5º episódio do @NegraVozPodcast.
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Quando criança, sonhava em ser escritora. Hoje, é graduada em Letras e Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Prêmio Neusa Maria de Jornalismo. Produtora cultural, simpática, TCC nota 10 e faz tudo.