Considerada uma das pioneiras do afrofuturismo, a escritora estadunidense Octavia E. Butler (1947-2006) entrou pela primeira vez na lista de best-sellers do The New York Times, com seu livro, A parábola do semeador, publicado pela primeira vez em 1993, em 14° lugar dos mais vendidos de ficção.
Esse era um desejo da escritora, que tinha consciência de que suas premiadas histórias, fruto de muita dedicação e pesquisas, eram best-sellers: “Eu sou uma escritora best-seller. Eu escrevo livros best-sellers e excelentes contos. Tanto os livros quanto os contos ganharam prêmios”, diz em uma das páginas do seu diário.
A escritora
Octavia Estelle Butler nasceu em 22 de junho de 1947 em Pasadena, na Califórnia (EUA), e decidiu começar a escrever aos 12 anos, após assistir ao filme Garota diabólica de Marte (1954) e acreditar que poderia fazer uma história melhor do que a do filme. Ela cresceu em um forte cenário de segregação social, chegando a ouvir de uma tia que pessoa negras não poderiam ser escritoras. Apesar disso e da dislexia, que apesar de leve, dificultava suas atividades escolares, Butler não desistiu.
A realidade vivida por Butler a impulsionou a escrever ficção científica que abordasse questões sociais e dinâmicas de poder, chamando a atenção para sua escrita em primeira pessoa, sob a perspectiva de suas protagonistas que são, majoritariamente, mulheres negras. E mesmo em um mercado dominado por homens brancos, a autora recebeu diversos prêmios, como Hugo (1984 e 1985), Nebula (1985 e 2000) e MacArthur (1995).
Além dos prêmios, a escritora entrou para o Hall da fama da ficção científica em Seattle, Washington (EUA), no ano de 2010. Todo o seu trabalho e trajetória foi importante não só para trazer mais representatividade negra, sobretudo feminina para a literatura, em especial a de ficção, mas também para abrir caminhos para outra autoras nessa área.
Apesar de nos deixar cedo, aos 58 anos, Butler deixou uma vasta produção e a Editora Morro Branco tem se dedicado a traduzir suas obras. Já são seis títulos publicados no Brasil:
- A parábola do semeador (2018);
- Despertar (2018);
- Kindred (2019);
- A parábola dos talentos (2019);
- Ritos de passagem (2019);
- Filhos de sangue e outras histórias (2020).
Foto de capa: Patti Perret.
LEIA TAMBÉM: Cinco escritoras negras de ficção e fantasia que você precisa conhecer
Apaixonada por livros, filmes, séries e podcasts. É formada em Letras – Licenciatura em português e inglês pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), especialista em Literatura brasileira pela Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE), assistente editorial e autora do livro “O céu não é azul” (2020).