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Representatividade se torna item obrigatório na premiação do Oscar

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou novas regras para a elegibilidade do Oscar na categoria Melhor Filme nesta quarta-feira, 8. A adoção de um novo padrão visa “encorajar a representação equitativa dentro e fora da tela, a fim de melhor refletir a diversidade do público que vai ao cinema”, segundo informações da Academia. O modelo foi inspirado nos Padrões de Diversidade do British Film Institute (BFI), adotado no Reino Unido e em algumas categorias da British Academy Film Awards ou Prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão (BAFTA).

As medidas passam a valer a partir da 94ª edição do Oscar, que ocorre em 2022. Mas apenas a partir da 96ª edição, em 2024, é que se tornam obrigatórias.

Para concorrer a estatueta a partir do 96º Oscar, o filme deverá atingir pelo menos dois dos quatro padrões indicados. Os padrões foram divididos em: Padrão A – Representação na tela, temas e narrativas. Padrão B: Liderança criativa e equipe. Padrão C – Acesso e oportunidade da indústria, trazendo o papel de estagiários e trainees. Padrão D – Desenvolvimento de Público.

As principais medidas trazem a obrigatoriedade na contratação de atores, lideranças e equipes pertencentes a um grupo racial ou étnico – asiático, hispânico/ latino-americano, negro/afro-americano, indígena/nativo americano ou nativo do Alasca, Oriente Médio ou Norte da África, havaiano nativo ou outro insular do Pacífico, ou outra raça ou etnia sub-representada. E pelo menos 30% deve ser composto de mulheres, grupo racial ou étnico, LGBTQI+ ou pessoas com deficiências cognitivas ou físicas, ou surdos ou ensurdecidos.

A adoção dos novos padrões é uma evolução no mercado cinematográfico, especialmente de Hollywood, que vem sendo criticado duramente nos últimos anos. Uma Hollywood que já chegou a proibir beijos interraciais na tela e tem história de grandes atores que foram impossibilitados de participar de filmes devido sua raça. E que sempre criou estereótipos com todos os não-brancos. A Academia também sofreu duras críticas, inclusive de grandes atores durante a realização das últimas cerimônias do Oscar. 

Por enquanto, os padrões serão obrigatórios apenas para a categoria Melhor Filme, a mais importante da premiação, mas vale a pena ver essa evolução no mercado. 

Foto de capa: Divulgação.

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