Bahia

Teve baiano em destaque no backstage do São Paulo Fashion Week

Joalheiro, ourives, fotógrafo e diretor de desfiles no maior evento de moda da América Latina, o São Paulo Fashion Week (SPFW). Estas são algumas das habilidades de Eduardo Pereira. O nome do soteropolitano de 23 anos vem ganhando prestígio na indústria da moda. Principalmente, depois do seu mais recente trabalho, a apresentação da coleção “Cor de Pele” da marca baiana Dendezeiro, na última sexta-feira, 26, no SPFW 2023.

No SPFW, Eduardo tem se tornado uma voz poderosa e influente, participando do evento pela quarta edição consecutiva, a primeira foi em novembro de 2021. Desde então, Eduardo vem trilhando um caminho inspirador e se destacando como diretor de desfiles e em outros cargos de relevância. Além da Dendezeiro, o jovem soteropolitano foi diretor de desfiles para marcas, como Ateliê Mão de Mãe e Head de Conteúdo da Santa Resistência.

Foto: Lúcio Almeida.

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Minha perspectiva única e meu olhar atento para a diversidade e representatividade são fundamentais no meu trabalho como diretor. Como um jovem negro baiano, carrego comigo uma história inspiradora e uma perspectiva que desafia os padrões pré-estabelecidos na indústria da moda. Busco trazer à tona a importância da representatividade, promovendo a inclusão e a valorização da diversidade em todas as suas formas. Através das minhas criações, desejo transmitir a mensagem de que a moda é uma poderosa forma de expressão e que todos têm o direito de se sentir representados e empoderados”, ressalta Eduardo.

O que impulsiona a carreira de Eduardo não é apenas o talento e a paixão pela moda, mas também sua visão única para as temáticas da diversidade e representatividade na moda. Questões que fazem mais sentido ainda quando se é um jovem negro baiano. A história inspiradora do diretor, somada a uma perspectiva única pronta para desafiar padrões pré-estabelecidos faz da escolha do seu nome um reforço às preocupações da indústria da moda. Surpreendendo a todos, Pereira deu um passo corajoso ao assumir a direção de desfiles.

Foto: Divulgação.

A indústria da moda sempre foi extremamente desafiadora para mim. Como um jovem negro que cresceu na Massaranduba, periferia de Salvador, o acesso a certos espaços parecia impossível. Enfrentei inúmeras adversidades, tendo poucos recursos para fazer as coisas acontecerem. Muitas vezes, trabalhei de forma gratuita para ter a oportunidade de mostrar que eu era capaz. Ganhei meu espaço ao conquistar minha posição como diretor de desfiles na maior semana de moda do país. Sendo inclusive o único diretor negro e com 23 anos”. É o que relata.

Além de sua atuação na direção de desfiles, Eduardo também acumula experiências como fotógrafo e está à frente de sua própria marca de joias. Projeto no qual exerce o ofício de joalheiro e ourives, profissão que aprendeu com seu pai. Essa incursão em um novo campo mostra sua dedicação à criação artística em diferentes formas e sua busca contínua por expressar sua visão de beleza e autenticidade. Todas essas habilidades que contribuem para o seu trabalho como diretor.

Foto de capa: Luigi Galvão.

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