Às vezes, não sabemos explicar o motivo de estarmos bem à vontade e felizes quando encontramos uma peça de roupa especial ou até uma peça que já temos há bastante tempo. Isso vai além da memória afetiva que ela representa, mas não vamos entrar nesse assunto agora, vamos falar sobre cor!
Essa explicação encontramos a partir do estudo simbólico de cada cor, a forma como ela é refletida e como nossos olhos fazem essa captação, automaticamente os sentidos dão um retorno seja positivo ou negativo.
Com a pandemia do Covid-19, entramos em nossa própria “bolha” uma imersão profunda no autoconhecimento e nas prioridades que achamos adequadas seguir a partir do total isolamento. Nesse período de descobertas, privações, quarentena e também podemos até enfatizar “um verdadeiro retiro espiritual”, começaram a ser lançadas nomenclaturas que explicam de forma mais transparente as sensações que todos estavam descobrindo. E nesse caminho, ouvimos falar na expressão “dopamine dressing”.
‘Dopamine’ não é um termo recente, já existem estudos que comprovam a existência e eficácia desta expressão. Os cientistas estadunidenses Hajo Adam e Adam Galinsky, iniciaram um experimento em 2012 onde explica as habilidades que os adornos e vestuários implicam nos pensamentos e comportamentos das pessoas. Neste contexto, essa expressão é utilizada para caracterizar a ideia de vestir-se com roupas felizes e confortáveis, uma mudança que foi bem recebida no mundo da moda e ocorreu no período da pandemia.
De fato, procurar por roupas mais leves como fuga do pesado e sério mundo executivo, foi um atrativo para o home office. Este conceito é repleto de bom humor e alegria. Afinal, essa deveria ser a primeira opção levada em consideração na hora de escolher uma pecinha; algo que te faz bem sem rótulos, sem julgamentos, sem regras. Apenas uma parte importante que te faz escapar da seriedade e caos que vemos todos os dias na sociedade.
Essa felicidade pode ser expressa também nos acessórios que estão a cada dia mais ganhando força e se diferenciando da estética padrão conhecida. Encontramos produtos mais irreverentes, coloridos e o principal, produtos mais leves. Essa manifestação de cor e aspectos felizes são decorrentes dessa necessidade de escapar do sério e da melancolia que estamos vivenciando no profundo isolamento.
Foto de capa: Monstera/Pexels.
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É natural de Lajes, interior do Rio Grande do Norte, mas atualmente reside em Natal. Tem 26 anos, com formação em Design de Moda. Está cursando o 6º período de Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e finalizando sua especialização em Design de Produtos de Moda pelo Senai Cetiqt.