Um grupo de torcedores do Flamengo, integrantes do Coletivo Gazela Negra, realizaram na manhã desta segunda-feira, 8, um ato simbólico em frente ao Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, como modo de homenagear os dois anos da morte dos dez jogadores da base Flamengo, em um incêndio no alojamento no CT.
O coletivo é composto por flamenguistas negros de todos o país, que estão promovendo campanha para que o Flamengo não jogue mais nos aniversários da tragédia (8 de fevereiro) e inscreva essa determinação no Estatuto do clube.
Os Rubro-Negros também esperam que a tragédia seja um exemplo para que os clubes adequem os centros de treinamentos e alojamentos, garantindo a segurança dos jovens atletas formados nas bases.
Lucas Pereira, integrante do coletivo, declarou que o ato é de homenagem e de exigência sobre a memória dos garotos vítimas do incêndio. “Nós estamos aqui, em ato simbólico, em frente ao Ninho do Urubu, para poder colocar ao público que é isso que desejamos”, afirmou.
As 10 vítimas fatais do incêndio no Ninho são:
- Athila Paixão, de 14 anos
- Arthur Vinícius, 14 anos
- Bernardo Pisetta, 14 anos
- Christian Esmério, 15 anos
- Gedson Santos, 14 anos
- Jorge Eduardo Santos, 15 anos
- Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos
- Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos
- Samuel Thomas Rosa, 15 anos
- Vitor Isaías, 15 anos.
Além das vítimas fatais, três jogadores também foram hospitalizados por conta do incêndio: Jhonata Ventura, 17, Cauan, 16, e Francisco Dyogo, 17. Jonathan é o único que ainda não voltou a jogar e teve ferimentos graves na época. O jogador tem tido uma recuperação gradual, alternando trabalhos individuais com treinos junto ao sub-17.
Indenizações
Nove famílias e meia já fecharam acordos de indenizações com o Flamengo. Dentre elas, os familiares de Samuel, Athila Paixão, Bernardo Piseta, Gedson Santos, Jorge Eduardo, Vitor Isaías, Pablo Henrique e o pai de Rykelmo. Já a mãe de Rykelmo (separada do pai dele) entrou na Justiça. E a diretoria também ainda não conseguiu acertar com a família de Christian Esmério.
Justiça
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) aceitou a denúncia do Ministério Público (MP), no dia 15 de janeiro, deste ano, depois da conclusão das investigações que indicaram 11 réus. Eles responderão pela morte dos dez garotos e lesão corporal aos outros três que tiveram ferimentos. Por não terem sidos denunciados por homicídio, não irão ao júri popular. Se condenados, a pena pode variar de um a quatro meses ou até seis anos em regime fechado.
Os réus são:
- Eduardo Bandeira de Mello – ex-presidente do Flamengo
- Márcio Garotti – ex-diretor financeiro do Flamengo
- Carlos Noval – ex-diretor da base do Flamengo, atual gerente de transição do clube
- Luis Felipe Pondé – engenheiro do Flamengo
- Marcelo Sá – engenheiro do Flamengo
- Marcus Vinicius Medeiros – monitor do Flamengo
- Claudia Pereira Rodrigues – NHJ (empresa que forneceu os contêineres)
- Weslley Gimenes – NHJ
- Danilo da Silva Duarte – NHJ
- Fabio Hilário da Silva – NHJ
- Edson Colman da Silva – técnico em refrigeração
Foto de capa: Coletivo Gazela Negra.
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