A Associação Brasileira de Autores Roteiristas (ABRA), maior associação de roteiristas do país, pela primeira vez na história terá uma mulher negra como dirigente da entidade. Maíra Oliveira é uma escritora, dramaturga e roteirista carioca, eleita diretora na reunião realizada no último dia 11 de dezembro do ano passado. Na última sexta-feira, 1º, ela assumiu o cargo na nova gestão que vai até 31 de dezembro de 2022.
Sobre a reunião, vale destacar que obteve a maior participação das pessoas associadas em eleições de toda trajetória da Associação, o que explicita o fortalecimento e envolvimento da ABRA enquanto entidade. Atualmente, é composta por 628 autores roteiristas profissionais. O conselho consultivo contou ainda com o apoio de profissionais com carreiras de sucesso em diferentes formatos, a vencedora do Emmy Awards Thelma Guedes, os roteiristas Marton Olympio, Ana Abreu, Vera Egito e o executivo de desenvolvimento e também roteirista Gustavo Gontijo.
É inegável que a eleição de Maíra é um passo essencial na inserção de mulheres negras na dramaturgia brasileira. Segundo a ABRA, essa diretoria será marcada pela representatividade de pessoas negras e LGBTs e Maíra, como nova dirigente, será responsável por encabeçar a mudança dentro da associação.
Sobre Maíra Oliveira
A roteirista possui experiência no desenvolvimento de diversas séries nas produtoras AfroReggae, Panorâmica, A Fábrica e Migdal Filmes, além de ter assinado a dramaturgia de espetáculos teatrais, como “Yabá: Mulheres Negras” (Direção de Luiza Loroza e Rodrigo França) e “Duas Fridas” (Direção de Gizelly de Paula, Orientação de Ana Kfouri).
Maíra é também autora dos livros Mari, a sementinha (2018), Vértice: escritas negras (2019), Favela em mim (2019) e Narrativas Negras (2020). A carioca dirigiu o filme “Encruza” (2019) e ainda atua como autora-roteirista da Rede Globo e como colaboradora no desenvolvimento de longa-metragem para o serviço de vídeo Amazon Prime.
Foto de capa: Reprodução/Instagram.
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Jornalista em formação pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e afropesquisadora. Atualmente, estuda movimento negro e juventude em Minas Gerais, mas já aprofundou em racismo institucional e racismo e mídia. Também se interessa por cultura, música (principalmente rap nacional!) e política, sobretudo pelo modo que essas pautas dialogam com negritude no Brasil. É fotógrafa nos horários vagos (com a percepção e admiração pela maneira que a fotografia e o fotojornalismo narram realidades e perspectivas). Além disso, também é militante pelo Levante Popular da Juventude, comunicadora e coordenadora de cultura do Coletivo Negro KIANGA.