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Carta aberta de Beyoncé ao Mandela

“Sua visão de dignidade, de direitos humanos, de paz e de uma África do Sul livre do racismo e apartheid, nos permite transformar sonhos em realidade”, é um dos trechos da carta afetuosa publicada pela cantora norte-americana Beyoncé Knowles em 28 de novembro de 2018. O escrito está em seu site oficial e sua página do Facebook.  

A carta faz alusão e reconhecimento ao legado de um dos expoentes nos direitos humanos da África do Sul, principalmente na luta contra o regime do Apartheid (1948-1994). “Você foi um guerreiro estratégico, um ativista corajoso, um carismático e amado líder”. Beyoncé recorda como conheceu Mandela, em 2004. “O impacto que você teve sobre minha vida ecoa em mim hoje e todos os dias”.

O ano da celebração do centenário de Nelson Mandela foi em 2018. No mesmo ano, o ativista foi homenageado no dia 2 de dezembro de 2018 no Global Citizen Festival ou Mandela 100 Festival, em Joanesburgo, na África do Sul. Além de Beyoncé, outros artistas, como Jay-Z, Oprah Winfrey, Usher, Black Coffee, Cassper Nyovest, D’banj, Ed Sheeran, Eddie Vedder, Femi Kuti, Kacey Musgraves, Pharrell Williams & Chris Martin, Sho Madjozi, Tiwa Savage, Wizkid, Trevor Noah, Naomi Campbell, Bob Geldof, Gayle King, Tyler Perry e Forest Whitaker estavam presentes no festival.

Confira o escrito na íntegra:

“Querido Madiba,

Eu te conheci em 2004 no show beneficente “46664 AIDS” na Cidade do Cabo e o impacto que você teve sobre minha vida ecoa em mim hoje e todos os dias. Sua bondade e gratidão por cada experiência e sua capacidade de perdoar são lições que aprendi e transmitirei aos meus três filhos. Toda minha família tem muito respeito por você.

É uma honra para mim viajar à África do Sul nesta semana em comemoração a você e seus esforços para corrigir tantos erros. Você foi um guerreiro estratégico, um ativista corajoso, e um carismático e amado líder. Sua visão de dignidade, de direitos humanos, de paz e de uma África do Sul livre do racismo e apartheid, nos permite transformar sonhos em realidade.

Eu me lembro de andar com você de volta àquela prisão na ilha Robben onde você passou 18 daqueles 27 anos aprisionado. Eu recordo seus calculados porém focados passos enquanto contava as histórias dos seus esforços, sacrifícios e resiliência. Você sorria enquanto falava para um grupo de artistas e seus convidados, incluindo minha mãe, que foi a primeira a contar a mim e a minha irmã sobre o grande Nelson Mandela. Naquele momento, eu realmente compreendi o seu coração e humildade.

Você tornou possível para muitas pessoas como eu rejeitar as impossibilidades e entender nossas capacidades de fazer mudanças duradouras no mundo. Os menores esforços podem mudar a trajetória de muitos que vivem na pobreza extrema, enfrentando injustiças, a obscenidade do racismo e lutando por seus direitos como humanos.

Enquanto celebramos o Global Citizen Festival: Mandela 100, em homenagem ao seu centenário, eu garanto que fizemos dos seus sonhos o nosso. O seu trabalho e sacrifícios não foram em vão. Eu vou valorizar cada momento em que estive em sua presença e usar as lições que aprendi de você como o combustível para atiçar ideias positivas e soluções.”

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