Atlântico

Em Angola, violência e repressão marca 45 anos de Independência do país

Protestos antigovernamentais estão marcando o mês em que se lembra o Dia da Independência Angolana, 11 de novembro. A data histórica marcou 45 anos com insatisfação popular nas ruas da capital Luanda, lutando por melhores condições de vida e definição de data para as primeiras eleições locais. Até o último dia 7, haviam 400 desaparecidos e no dia 12 foi confirmada a morte de um manifestante pela equipe médica do hospital Américo Boavida, em Luanda. 

Após o fim do mandato de 38 anos do ex-presidente José Eduardo dos Santos, 78, marcado por corrupção, desrespeito aos direitos humanos e nepotismo, as eleições de 2017 que elegeram o atual presidente João Lourenço, 66, prometeram mudança em um cenário de insatisfação popular. Mas nos últimos meses, novos protestos emergiram, denunciando a corrupção do governo e o abandono do povo. 

“Angola precisa viver uma igualdade social, precisa acabar com essa burocracia que existe no país. Angola não vive independência, Angola vive represália”, denunciou Veríssimo Miranda, um dos manifestantes que saíram às ruas de Luanda, em declarações para a Agência Lusa.

Em pronunciamento na última quarta-feira, 18, na abertura do Conselho Consultivo Alargado do Ministério do Interior, o Ministro do Interior Eugênio Laborinho, 65, pediu cautela para a Polícia Nacional. Além disso, apontou ainda um suposto infringimento da lei por parte dos manifestantes. 

Apesar da liberdade para protesto mencionada pelo ministro Eugênio, o Governo Provincial de Luanda proibiu o ato que aconteceria no último dia 9 de novembro. O Ministro da Justiça e Direitos Humanos de Angola, Francisco Queiroz, falou em excessos por parte da Polícia

“Da parte de quem tem de garantir a ordem e tranquilidade pública, também se recomenda que ajam de acordo com as regras, com profissionalismo, para se evitar choques que redundem em situações de privação de liberdade ou outras”, disse ele. Além disso, o ministro afirmou que os protestos não precisam ser autorizados pelo governo, já que são um direito constitucional, mas precisam ser avisados. 

Novas manifestações estão ocorrendo neste sábado, 21. É o terceiro protesto por parte dos angolanos em menos de um mês. Eles estão usando cartazes com o slogan “Angola Diz Basta!!!”. Essas são informações do site DW África.

Foto de capa: DW África.

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