O Projeto Películas Negras Lab está com inscrições abertas até o próximo domingo, 31, para formação de roteiristas iniciantes para curta-metragem. O curso é exclusivo para negros e indígenas da região Nordeste entre 16 a 30 anos. A Saturnema Filmes busca compor uma turma diversa e com variedade de narrativas e gêneros: 40% das vagas foram reservadas para mulheres, 20% para pessoas trans e 10% para pessoas indígenas.
“A princípio, a gente tinha pensado apenas em pessoas baianas, mas decidimos expandir para todo o Nordeste, justamente por entender a possibilidade de aumentar cada vez mais o nosso raio. O nicho com nordestinos é de pessoas que estão longe do eixo Sul-Sudeste, que é onde a maioria dos laboratórios estão concentrados”, explica Ana do Carmo, co-fundadora da Saturnema Filmes e coordenadora do projeto.
No total, serão selecionadas 18 sinopses de curta-metragem em três categorias: Documentário, Ficção e Animação. A fim de respeitar todos os protocolos da Organização Mundial de Saúde por causa da pandemia da covid-19, as aulas e masterclasses serão realizadas através da plataforma digital ZOOM, aos sábados, de 27 de fevereiro a 27 de março.
Ao final do curso, a curadoria avaliará os argumentos construídos ao longo do workshop, sendo o melhor de cada uma das turmas premiado com R$ 400,00, troféu e outras premiações extras. Todos os participantes receberão certificado pelas 16h de formação.
O projeto Películas Negras Lab: Formação para Roteiristas Iniciantes foi contemplado pelo Prêmio Conceição Senna de Audiovisual, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
Conheça o Películas Negras
Iniciado em julho de 2020, o projeto Películas Negras promoveu uma série de lives no Instagram da Saturnema Filmes, reunindo 14 profissionais negros e negras renomados do Cinema e Audiovisual brasileiro. O Películas Negras conseguiu promover o intercâmbio entre esses profissionais, que falaram sobre seus processos criativos, estratégias de sobrevivência no mercado e processos de aquilombamento.
Diante da carência de iniciativas locais que fomentem a produção baiana e deem subsídios para quem está ingressando na indústria, a Saturnema Filmes criou o projeto Películas Negras Lab: Formação para Roteiristas Iniciantes, uma vez que a escrita é o primeiro passo da cadeia audiovisual.
Saturnema Filmes
Co-fundada pelos cineastas Ana do Carmo e Ariel L. Ferreira, a Saturnema Filmes atua desde 2016 na produção de cinema preto independente, acumulando 23 prêmios.
Idealizou o projeto Películas Negras, é parceira do Fade to Black Festival, produziu curtas que passaram por festivais nacionais e internacionais, circulando em oito cidades dos Estados Unidos, na Colômbia, Bangladesh, Escócia, Madagascar, Índia, Romênia, Canadá e participando também da Short Film Corner do Festival de Cannes (França).
Atualmente, a Saturnema Filmes tem seis projetos em desenvolvimento que passaram por importantes laboratórios, como o Frapa; ganhou prêmio do Projeto Paradiso no Festival Cabíria e Griot; premiada no NordesteLab com credenciamento para a Marché du Film do Festival de Cannes 2021; ganhou prêmio da Netflix e do Telecine na Gira de Zózimo Bulbul, além de ter sido uma das 14 produtoras finalistas do BrLab 2020.
Inscrições e mais informações
As inscrições para o Películas Negras Lab podem ser feitas entre até o dia 31 de janeiro, através do formulário. Outras informações estão disponíveis na página do Instagram da produtora: @saturnemafilmes.
Período das aulas: 07 de fevereiro a 27 de março de 2021
Valor: gratuito
Local: plataforma digital ZOOM
Em caso de dúvidas, os interessados podem entrar em contato através do e-mail: saturnemafilmes@gmail.com.
Foto: Julia M Cameron/Pexels.
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Jornalista em formação pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e afropesquisadora. Atualmente, estuda movimento negro e juventude em Minas Gerais, mas já aprofundou em racismo institucional e racismo e mídia. Também se interessa por cultura, música (principalmente rap nacional!) e política, sobretudo pelo modo que essas pautas dialogam com negritude no Brasil. É fotógrafa nos horários vagos (com a percepção e admiração pela maneira que a fotografia e o fotojornalismo narram realidades e perspectivas). Além disso, também é militante pelo Levante Popular da Juventude, comunicadora e coordenadora de cultura do Coletivo Negro KIANGA.
