Atlântico Radar Negro

5 africanos que ganharam o Prêmio Nobel que você precisa conhecer

Atualizado às 00h39 de 12/01/2021

No cotidiano, o Continente Africano é visto sob olhares estereotipados, onde pobreza, conflitos e sofrimento são as únicas narrativas e realidades. Todavia, os países situados na África são também locais de pesquisa, engrandecimento e desenvolvimento. 

Um exemplo disso são os cinco africanos ganhadores do Prêmio Nobel, que reconhece personalidades e instituições com contribuições para a humanidade, o desenvolvimento social e a efetivação dos direitos humanos.

Segue a lista:

1. Wangari Maathai – Quênia

A queniana Wangari Muta Maathai (1940-2011) foi uma ambientalista e a primeira mulher africana a receber um Nobel da Paz, em 2004, pela contribuição para o desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz. 

Wangari Maathai. Foto: Martin Rowe/Oregon State University.

Maathai se tornou um dos maiores nomes da conservação ambiental no mundo. Ela percebeu a relação entre o desflorestamento e a pobreza durante viagens de trabalho.

A solução encontrada por ela foi plantar árvores, através da organização não governamental Green Belt Movement (Movimento do Cinturão Verde) fundada por ela em Nairóbi, no Quênia. Maathai pagava mulheres trabalhadoras rurais para que plantassem as árvores, e o ato obteve um caráter revolucionário no país. 

2. Mohamed ElBaradei – Egito

O egípcio Mohamed ElBaradei, 78, formado em Direito, recebeu o Nobel da Paz em 2005, pelo trabalho como diretor-geral na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e contribuição acerca da não-proliferação das armas nucleares no mundo.

A escolha se baseou na relevância da contribuição de ElBaradei para evitar que a energia nuclear fosse usada com propósitos militares e para assegurar que a energia nuclear com fins pacíficos fosse usada de forma mais segura.

Mohamed ElBaradei. Foto: Reprodução Jornal da Grande Bahia/ASCOM.

3. Ahmed Zewail – Egito

O egípcio Ahmed Zewail (1946-2016) trabalhou como pesquisador na Universidade da Califórnia e no Instituto Tecnológico da Califórnia, nos Estados Unidos. Em 1999, ganhou o Nobel de Química por mostrar o movimento dos átomos de uma molécula durante uma reação química, por meio de uma técnica ultra-rápida de raios laser.

Ahmed Zewail. Foto: AP Photo/Mahmoud Nour Eddin.

4. Nelson Mandela – África do Sul

O sul-africano Nelson Rolihlahla Mandela (1918-2013) foi um líder político histórico na África do Sul e um dos grandes nomes mundiais da luta contra a opressão racial. Mandela dedicou sua vida a combater o regime racista e segregacionista do Apartheid (1948-1994) no país sul-africano. Por isso, em 1993, ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela atuação política no processo de transição e de luta pelos direitos da maioria negra sul-africana.

Nelson Mandela. Foto: Pool BOUVET/DE KEERLE/Gamma-Rapho via Getty Images.

5. Denis Mukwege – República Democrática do Congo 

O médico ginecologista congolês Denis Mukengere, 65, foi um dos ganhadores do Nobel da Paz em 2018. Denis recebeu o prêmio por sua ação comunitária com vítimas de abuso sexual por milícias na guerra civil do Congo.

Em sua trajetória, o médico já atendeu mais de 30 mil vítimas com ferimentos graves. A maioria das violências que acompanhou foram consequência da guerra civil no país (que já registra mais seis milhões de mortos e ocorrências de estupros contra milhares de mulheres).

Denis Mukwege. Foto: AFP/Arquivos.

O mote de sua vida e carreira é: “Justiça é responsabilidade de todos”. Por isso, estruturou um hospital, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e outros doadores. Com mais de 350 leitos, a unidade é voltada para o atendimento móvel e um sistema para oferecer microcrédito para as vítimas reorganizarem suas vidas.

Fotos de capa: Créditos embaixo de cada foto dentro da matéria.

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