Atlântico

23 países da África estão a frente do Brasil no ranking da Liberdade de Imprensa 2020

Um total de 23 países do Continente Africano estão a frente do Brasil no ranking mundial da Liberdade de Imprensa 2020. Os números são contabilizados e divulgados a cada ano pela Organização não-Governamental (ONG) internacional Repórteres sem Fronteiras (RsF).

No ano passado, 2019, o Brasil ocupava a posição 105ª e, no ano anterior, 2018, 102ª. Neste ano de 2020, o Estado brasileiro ocupa a posição 107ª.

Veja parte da lista a qual o Negrê se refere:

Observe que são 23 países africanos a frente do Brasil no ranking.

23º – Namíbia (19.25)
25º – Cabo Verde (20.15)
30º – Gana (22.26)
31º – África do Sul (22.41)
38º – Burkina Faso (23.47)
39º – Botsuana (23.56)
47º – Senegal (23.99)
54º – Madagascar (27.68)
57º – Níger (28.25)
63º – Seychelles (28.66)
68º – Costa do Marfim (28.94)
69º – Malaui (29.32)
71º – Togo (29.33)
75º – Comores (29.77)
85º – Serra Leoa (30.28)
86º – Lesoto (30.45)
87º – Gâmbia (30.62)
94º – Guiné-Bissau (32.06)
97º – Mauritânia (32.54)
99º – Etiópia (32.82)
103º – Quênia (33.72)
104º – Moçambique (33.79)
106º – Angola (33.92)
107º – Brasil (34.05)
108º – Mali (34.12)
110º – Guiné (34.34)
113º – Benim (35.11)
115º – Nigéria (35.63)

Curiosamente, a Nigéria está atrás do Brasil em termos de liberdade de imprensa. O que leva a pensar sobre os últimos acontecimentos, os protestos #EndSARS no “gigante da África”. De vários abusos que têm sido denunciados nas redes sociais e em protestos nas ruas pelo fim da brutalidade pelo Esquadrão Especial Anti-Roubo (SARS) unidade da Força Policial da Nigéria, um deles, é a falta de liberdade de expressão.

Você pode conferir o ranking completo com os 180 países listados no site oficial do Repórteres sem Fronteiras.

Brasil vive um retrocesso

Por diversas as razões, o Brasil vive um retrocesso a respeito da liberdade de imprensa. É nada menos que o 6º país mais perigoso para o exercício da profissão de jornalistas, conforme relatório divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em abril de 2019. 64 profissionais foram mortos de 1995 a 2018.

Outro relatório aponta o Brasil na 4ª posição de periculosidade para jornalistas exercerem a profissão, divulgado em julho de 2019 pela ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC). México e Afeganistão são os países tido como os mais perigosos, ainda conforme o documento.

“Os retrocessos no campo da liberdade de imprensa no Brasil estão correlacionados à conjuntura política e o abalo que a democracia brasileira tem sofrido nos últimos anos”, é o que diz o jornalista e presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sindjorce) Rafael Mesquita. Ele atribui os retrocessos que o Brasil está vivenciando ao próprio desmonte da democracia. “A liberdade de expressão e de imprensa serem atacadas é apenas um reflexo das escolhas que as grandes lideranças nacionais tiveram”.

Para mudar um pouco do cenário, os profissionais do jornalismo devem dialogar com a população. É o que pensa a jornalista e doutoranda em Comunicação Luizete Vicente ao defender que a comunicação precisa ser entendida como um direito humano, assim como todos têm direito à educação e saúde. “Por isso, esses profissionais [os jornalistas] estão do lado da população. Estão do lado dos que precisam”.

Prisões e abusos

Neste ano, o número de profissionais do jornalismo detidos chegou a um número recorde em relação aos outros anos. Pelo menos, 274 jornalistas estão presos, conforme registrado no último dia 1º de dezembro e denunciado pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ). As informações foram divulgadas pela Agência Lusa nesta terça-feira, 15.

Já a entidade Repórteres sem Fronteiras divulgou nesta terça a primeira parte do Balanço Anual de 2020 sobre abusos cometidos contra jornalistas ao redor do mundo. Neste ano, 387 profissionais foram presos, 54 foram feitos reféns e quatro estão desaparecidos. Mais da metade (61%) dos detidos estão em apenas cinco países: China, Egito, Arábia Saudita, Vietnã e Síria. Além disso, o número de mulheres presas (42) teve um aumento (35%) em relação ao ano passado (31).

Foto de capa: Muhammadtaha Ibrahim Ma’aji/Pexels.

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