Em nova roupagem, o monólogo Clamor Negro sai em temporada pelas escolas da rede pública da região metropolitana ao sertão pernambucano neste mês de maio. O espetáculo tem oito atos que mistura poesia, música, dança e teatro para refletir sobre as questões raciais. As apresentações são exclusivas para estudantes, professores, gestores, funcionários e convidados das escolas.
Tendo sido exibido em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia para mais de cinco mil pessoas, Clamor Negro se destaca enquanto importante ferramenta de inserção da Lei nº 10.639 (Legislação que tornam obrigatórias o ensino da história e cultura africana) nas escolas através da arte-educação. O roteiro interliga fatos históricos com questionamentos que acompanham as diferentes gerações do Movimento Negro.
O objetivo é seguir provocando reflexões sobre a situação do negro no Brasil, em especial às das mulheres negras, sobretudo, nesse momento do ano às vésperas do 13 de maio; dia em que a liberdade negra ainda é atribuído à figura da Princesa Isabel (1846-1921). Isso em detrimento de toda luta histórica dos movimentos negros por direitos até os dias de hoje.
“Essa circulação configura-se também como um processo formativo antirracista, compreendendo que é por meio de formação e sensibilização que conseguiremos de fato construir uma sociedade menos violenta para a população negra, e a escola é um dos espaços principais nessa construção”. É o que afirma a atriz Odailta Alves.
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Confira a programação
02/05/23 – terça-feira
Aliança (PE) – Escola de Referência em Ensino Médio de Tempo Integral (EREM) Joaquim Lira
Cumaru (PE) – EREM Manoel Gonçalves de Lima
05/05/23 – sexta-feira
Escada (PE) – Escola Vigário Pedrosa
Recife (PE) – EREM Professor Candido Duarte
22/05/23 – segunda-feira
Custódia (PE) – EREM José Pereira Burgos
Tabira (PE) – Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (EREFEM) Arnaldo Alves Cavalcanti
Sobre o monólogo
Pensado em 2017 com base em um livro homônimo da professora Odailta Alves, o espetáculo foi escrito e interpretado pela própria Odailta e agora ganha a direção de Agrinez Melo. Essa edição conta com a participação da dançarina Darana Costa e da cantora e compositora Isaar, quem também assina a trilha sonora em parceria com Odailta.
Érika Gonçalves ficou encarregada da produção da peça com auxílio de Sophi William e Mayara Barbosa que assumiu a produção de mídias. A interpretação para Língua Brasileira de Sinais é de Joselma Santos. A maioria da equipe é formada por mulheres negras. Todo o espetáculo conta com o incentivo do Funcultura.
Ficha técnica
Monólogo Clamor Negro
Texto e interpretação: Odailta Alves
Musicalidade, canto e arranjos: Isaar
Back vocal e dança: Darana Costa
Produtora: Érika Gonçalves
Direção: Agrinez Melo
Filmagem, foto e produção de mídias: Mayara Barbosa
Auxiliar de produção: Sophia William
Ilê das artes dos ensaios: Espaço O Poste
Foto de capa: Mayara Barbosa.
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Quando criança, sonhava em ser escritora. Hoje, é graduada em Letras e Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Prêmio Neusa Maria de Jornalismo. Produtora cultural, simpática, TCC nota 10 e faz tudo.