De 3 a 6 de novembro de 2021 acontece o Festival Mungunzá em Natal, Rio Grande do Norte. Neste ano, o evento ocorre de forma híbrida, com atividades como mesas redondas online e pocket shows, que podem ser acompanhados pelo YouTube ou presencialmente no Espaço Embarco.
Nos três primeiros dias, serão realizadas três mesas de debate com artistas e ativistas. As mesas abordarão temas como mulheridades na literatura e sociedade, juventude periférica e herança cultural originária e africana em nosso território. No encerramento, que ocorre no sábado, 6, acontecerão os pocket shows, a partir das 18h.
A venda de ingressos para quem deseja prestigiar presencialmente os pocket shows está sendo realizada de forma antecipada diretamente no perfil do Instagram do Festival (@festivalmungunza). Quem desejar participar dos debates virtuais, seja fazendo colocações ou tirando dúvidas, basta acessar o link que se encontra na descrição do perfil.
Para Mateus Freitas, produtor cultural e organizador do evento, esse espaço é fundamental para reconhecermos e valorizarmos a herança deixada por africanos e indígenas. “A história que nos ensinam nas escolas e em quase todos os espaços é branca e colonizadora, pois tenta apagar a importância da contribuição desses povos na construção do Brasil. É nosso dever combater isso, por isso decidimos aproveitar a relevância que a música negra ocupa e sempre ocupou para tratar disso, aprofundar essa questão através de uma programação que sirva para celebrar nossa história, cultura e música, mas que, para além do entretenimento, também proporcione um espaço de acolhimento para esses artistas e públicos, um espaço com liberdade para ser quem somos, com nossas cores e identidades próprias, um momento que nos fortaleça enquanto movimento consciente por respeito e igualdade”, enfatiza.
O Festival Mungunzá acontece em Natal desde 2018, reunindo artistas afrodescendentes e periféricos com a finalidade de trazer mais valorização à cultura afrobrasileira, presente na construção da nossa sociedade e identidade cultural.
Para realização da 4ª edição, o Festival Mungunzá conta com o patrocínio do SEBRAE-RN, através do Edital de Economia Criativa, e de parceria com marcas e outros afroempreendedores, que garantiram diversos tipos de apoio, como a Sterbom, Negro Charme, Sem Etiqueta, Espaço Akanni, Jess Tattoo, Sabonatu, Feito com a Mão, Nabati, Black gráfica e Guima Salon.
Mesas de debate:
3/11 – 19h: Herança cultural originária e africana
4/11 – 19h30: Mulheres movendo estruturas na literatura, arte e sociedade
5/11 – 19h: Cria das quebradas
Line-up (6/11):
18h15 – Fanny Rodrigo
18h40 – Pablo Jones
19h05 – Sâmela Ramos
20h15 – Mc Priguissa
20h50 – Cafuzo
21h30 – Clara
21h55 – Bixarte
22h30 – Dandarona
Foto de capa: Walter Nascimento.
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A jornalista potiguar Allyne Paz é apaixonada por arte e cultura. Há três anos é envolvida em produção audiovisual e trabalhou no setor de produção da TV Universitária do Rio Grande do Norte (TVU/RN) nos programas Cena Potiguar e Olhar Independente. Um dos seus trabalhos desenvolvidos na TVU foi o programa Peri, premiado como o Melhor Programa de TV Universitária, na última edição do Festival Aruanda (2019). Além da TV, foi diretora de produção dos curtas Mãe e Preta, produzido pelo Coletivo Mulungu, e do Asfixia, uma produção do projeto 70 Olhares, que é realizado pelo Ministério da Cidadania, com a produção do Instituto Cultura em Movimento – ICEM. Além disso, a jornalista tem experiência com assessoria de imprensa e produção de conteúdo para mídias sociais. Defende uma comunicação feminista e antirracista, pois sabe que ela acarreta melhorias na sociedade.