A Miss Caucaia 2024 e também modelo, Amanda Lima, 26, agora é a nova Miss Ceará CNB 2024. No ano anterior, com o título de Miss Caucaia 2023, ela também havia participado do concurso e ficou no 2° lugar da colocação no resultado final. Também advogada de formação, a cearense atua no Tribunal de Justiça do Ceará no Gabinete de Direito Público. “No concurso anterior, apesar de não ganhar o título, eu acabei por cativar as pessoas e consegui um lugar de fala muito importante. Percebi o mundo miss como uma plataforma potente para inspirar, difundir ideias, ser representatividade e pautar causas sociais”, é o que diz a nova miss.
Com forte ligação com a cidade de Caucaia (CE), Região Metropolitana de Fortaleza, Amanda Lima é apenas a segunda mulher negra a vencer o Miss Ceará em toda a história do concurso. Em 2021, a modelo e bacharel em Direito, Dominique Neves, alcançou essa conquista pela primeira vez. A equipe do Negrê entrevistou a advogada e modelo cearense, Amanda Lima, que agora carregará a coroa do título de Miss Ceará CNB 2024 rumo ao Concurso Nacional do Miss Brasil 2024 e também na realização de seus projetos daqui pra frente. Confira a nossa conversa logo a seguir!
Negrê – No ano passado, você havia participado do concurso e chegou muito perto de vencer. Diz pra gente o que te motivou a participar novamente na edição desse ano?
Amanda Lima – No concurso anterior, apesar de não ganhar o título, eu acabei por cativar as pessoas e consegui um lugar de fala muito importante. Percebi o mundo miss como uma plataforma potente para inspirar, difundir ideias, ser representatividade e pautar causas sociais, daí veio minha motivação para mais uma vez participar.
Negrê – Ao longo desse ano, antes do concurso acontecer, como foi o seu processo pessoal de preparação? Como estava sendo a rotina e os cuidados consigo mesma?
Amanda Lima – Eu vinha me preparando de forma física através de uma dieta equilibrada e uma rotina de treinos, cuidados estéticos e psicológicos, fator este importante também, diante da pressão e exposição que o concurso traz.
Negrê – E como foi viver a experiência no concurso este ano? O que você destaca de mais importante e inesquecível?
Amanda Lima – Foi uma experiência única e surreal! Sim, a vitória e conquista é importante, porém, mais gratificante do que isso foi os laços formados, vivenciei três dias de confinamento do concurso com meninas e mulheres incríveis! Todas de forma única levaram sua autenticidade e essência, aprendi e cresci de forma significativa através de cada uma delas. Aliado a isto também, pude inspirar e contar um pouco da minha história, sem dúvidas, destaco isso como importante e inesquecível.
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Negrê – No seu discurso de paz, você falou da mãe e da violência do feminicídio contra mulheres… agora com o título de Miss Ceará CNB 2024, como você enxerga seu papel nessa luta? Quais projetos pretende desenvolver?
Amanda Lima – De forma pessoal, é uma pauta sensível, no início, após a morte de minha mãe eu sequer queria citar o assunto para alguém, depois acabei por enxergar meu papel nessa luta como algo extremamente necessário! Pretendo desenvolver um projeto de promover educação, sensibilização e conscientização de respeito às mulheres, incentivar a realização de ações e mobilização, participar de eventos e debates, visando discutir o feminicídio como a maior violação de direitos humanos e que não pode ser naturalizado ou banalizado, buscando assim a diminuição de crimes de gênero.
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Negrê – Se você pudesse dizer algo agora para outras meninas, jovens e mulheres que desejam participar de concursos como este, o que você diria pra motivá-las? O que é essencial nessa caminhada pra você?
Amanda Lima – Eu diria: “Confiei no seu potencial, dê o seu melhor de acordo com a sua realidade e seja sempre fiel a sua essência, independente das circunstâncias, sua determinação e vontade de vencer é o que conta no final!”. Pra mim, o essencial nessa caminhada é criar conexões fortes e verdadeiras com as pessoas, muito além da beleza e da coroa, ser miss é ter um importante papel social, é promover a inclusão, ser representatividade, defender a igualdade e abraçar a diversidade.
Foto de capa: David Emanuel.
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Jornalista profissional (nº 4270/CE) preocupada com questões raciais, graduada pela Universidade de Fortaleza (Unifor). É Gestora de mídia e pessoas; Fundadora, Diretora Executiva (CEO) e Editora-chefe do Negrê, o primeiro portal de mídia negra nordestina do Brasil. É autora do livro-reportagem “Mutuê: relatos e vivências de racismo em Fortaleza” (2021). Em 2021, foi Coordenadora de Jornalismo da TV Unifor. Em 2022, foi indicada ao 16º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Jornalista revelação – início de carreira”. Em 2023, foi indicada ao 17º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Região Nordeste” e finalista no Prêmio + Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira em 2023 e 2024. Soma experiências internacionais na África do Sul, Angola, Argentina e Estados Unidos.