A edição 2021 do prêmio Laureus World Sports, o Oscar do Esporte, foi realizada na última quinta-feira, 6, com destaque a diversos esportistas. Entre eles, a tenista japonesa Naomi Osaka, 23, o automobilista britânico Lewis Hamilton, 36, o futebolista egípcio Mohamed Salah, 28, e o jogador de futebol americano Patrick Mahomes, 25.
Destaque nas quadras e fora delas
A tenista japonesa Naomi Osaka foi premiada na categoria feminina de “Atleta do Ano”. A organização do evento deu destaque aos seus títulos e também ressaltou seu ativismo pela causa preta, contra o racismo, através do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
Além disso, a tenista superou um tabu. Desde 2016, a ginasta estadunidense Simone Biles, 24, e a tenista estadunidense Serena Williams, 39, se alternavam entre as vencedoras na categoria.
“Estou muito feliz em receber este prêmio. Olhando para o futuro, minhas principais esperanças são ajudar e impactar o máximo de pessoas que eu puder. Se você tem uma plataforma, acho muito importante usá-la”, evidenciou a atleta.
Em fevereiro deste ano, Naomi Osaka superou Serena Williams e venceu a tenista estadunidense Jennifer Brady, 25, no campeonato Australian Open.
Superando preconceitos fora de campo
O futebolista egípcio Mohamed Salah, atacante do Liverpool e camisa dez na seleção do Egito, levou o prêmio honorário de “Inspiração Esportiva”. O jogador é reconhecido por seu grande engajamento por questões humanitárias e também contra a islamofobia, já que ele é muçulmano.
Em 2018, pesquisadores da Universidade de Stanford e do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique identificaram que sua popularidade reduziu o preconceito contra mulçumanos no condado de Merseyside (Inglaterra), casa do seu clube Liverpool.
De acordo com a análise, a popularidade de Salah em uma cidade mais branca e menos etnicamente diversificada, pode ter causado este efeito positivo aos moradores que se familiarizaram com as práticas religiosas do jogador.
“Eu gostaria de agradecer a Academia Laureus pelo prêmio. Este ano de 2021 nos ensinou muito. E um dos ensinamentos é que no mundo do esporte todos são substituíveis… exceto os fãs”, agradeceu o atleta em uma postagem em seu perfil de Instagram.
Reconhecimento na luta antirracista
O piloto britânico da Mercedes Lewis Hamilton foi destaque no prêmio de Atleta “Ativista do Ano”. Ele foi reconhecido por ser referência dentro e fora das pistas de corridas, por sua luta antirracista e por ser heptacampeão mundial de Fórmula 1.
Hamilton representa uma busca pela igualdade no esporte de Fórmula 1 e também na sociedade. Com seu ativismo, tem pressionado a F1 a realizar mudanças importantes na modalidade.
“Um grande obrigado à Laureus World Sports Academy por me presentear com este prêmio incrível”, disse o piloto da Mercedes. O britânico também formou a Comissão Hamilton, para mudar o futuro do esporte, defendendo a diversidade.
“O ano passado foi incrivelmente difícil para muitos, mas também foi animador ver o poder de nossas vozes unidas que desencadearam novas conversas e mudanças. O impacto de cada um de vocês que se levantou é tão inspirador, então, quero agradecer. Por favor, continue lutando, continue emanando sua luz”, disse.
Neste sábado, 8, o automobilista também conquistou a sua centésima pole position, durante o treino de classificação para o GP da Espanha.
Fenômeno da NFL e na luta antirracista
O jogador de futebol americano Patrick Mahomes levou a categoria de “Revelação do Ano”. Ele é filho do ex-Major League Baseball (MLB), Pat Mahomes, e também é destaque como quarterback do Kansas City Chiefs.
Conquistou seu primeiro título no Super Bowl em 2019, sendo considerado o Most Valuable Player (MVP) – Jogador Mais Valioso – da Liga Nacional de Futebol (NFL). Foi o quarterback mais jovem e o terceiro mais jovem da história da NFL a ser o MVP.
Em 2020, como protesto pelo assassinato de George Floyd (1973-2020), o quarterback fez um vídeo com o companheiro de equipe Tyrann Mathieu, 28, e outros atletas da NFL, pedindo para a organização da competição condenar a violência policial contra pessoas pretas nos Estados Unidos.
Além disso, os jogadores também pediram que a NFL assuma o erro pelo silenciamento de Colin Kaepernick, 33, em 2016 e Eric Reid, 28, em 2018. Ambos ex-jogadores do 49ers que protestaram contra o racismo, durante a execução do Hino Nacional do país, antes dos jogos.
Confira a lista completa dos vencedores:
Atleta do ano
Feminino – Naomi Osaka (tênis)
Masculino – Rafael Nadal (tênis)
Atleta ativista do ano
Lewis Hamilton (fórmula 1)
Equipe do ano
Bayern de Munique (futebol)
Revelação do ano
Patrick Mahomes (futebol americano)
Retorno do ano
Histórias de superação no esporte: Max Parrot (esqui)
Esporte para o bem
Kick for more (projeto alemão de inclusão no futebol)
Honorário de inspiração esportiva
Mohamed Salah (futebol)
Momento do ano
Chris Nikic (1ª pessoa com síndrome de Down a terminar etapa de Ironman)
Fotos de capa: Andy Cheung/Getty Images; Michael Regan/Getty Images; XPB Images e Jasen Vinlove/USA TODAY Sports.
LEIA TAMBÉM: Mercedes anuncia parceria para trazer diversidade no Automobilismo no Reino Unido
Ouça o episódio #11 – Os impactos da pandemia nas trabalhadoras domésticas:
Apoie a mídia negra nordestina: Financie o Negrê aqui!
Maranhense, jornalista e rubro-negra. Redatora na Agência Tambor e Redação Rubro-Negra; repórter do site Negrê. Apaixonada por futebol, e tudo aquilo que o envolve. Podcaster no Consagradas no Gramado e do Redação Rubro-Negra. Integrante do Coletivo Preto Gazela Negra.
