Neste Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, queria aproveitar para questionar o seu antirracismo: quantos criadores de conteúdo e influenciadores negros nordestinos você segue?
Vemos uma invisibilidade gigantesca no mundo de produção de conteúdo e influência digital, na qual os negros são minoria entre aqueles que têm mais visibilidade e milhões de seguidores. Contudo, alguns de nós têm conseguido quebrar algumas barreiras e fazer suas vozes chegarem aos ouvidos de muita gente. Porém, o que percebemos é que o Nordeste ainda continua invisibilizado e deixado de lado.
É um questionamento que faço a todos: quantos criadores negros e nordestinos estão em evidência neste momento no qual vários influenciadores têm ganhado destaque? Falar sobre isso é de extrema importância para que comecemos a pensar nos porquês dessa invisibilidade. Não é um chamado para falar “oi, queremos seguidores”, não é nem sobre isso, e sim sobre não estarem escutando o que temos para falar sobre as nossas realidades. É um exercício necessário o de falar, mas principalmente de escutar os outros.
Assim, acho importante o exercício de ouvir criadores e influenciadores negros e nordestinos. E não só isso, mas que também unam suas vozes com as nossas para nos potencializar também. Essa invisibilização do Nordeste já é prática comum em nosso país devido à xenofobia e outros fatores. Que a gente não contribua com esse apagamento, pois continuamos aqui, existindo e resistindo.
Foto de capa: Andrea Piacquadio/Pexels.
LEIA TAMBÉM: Sobre não gostar de novembros, sobre se sentir sugada
Ashley Malia tem 24 anos, é baiana, influenciadora digital falando sobre temas como raça e literatura, é criadora do Papo Afro. Em 2020, foi premiada pela Câmara Municipal de Salvador com o Prêmio Maria Felipa. O seu objetivo no jornalismo é de protagonizar pessoas pretas e seus trabalhos, tentando contribuir para que a comunicação pare de associar nossa imagem ao lugar do “suspeito”.