Recurso por desrespeito será apresentado pela comissão de investigação da corrupção estatal contra o ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, 78, em audiência virtual marcada para o próximo dia 25 de março. O Tribunal Constitucional anunciou a decisão na segunda-feira passada, 1º. As informações são da Agência Lusa.
Jacob Zuma tinha até esta segunda-feira, 8, para apresentar uma declaração de resposta ao pedido da Comissão de Zondo, que solicitou ao Tribunal Constitucional sua condenação com uma pena de prisão punitiva por desacato. Conforme noticiou o jornal sul-africano Mail & Guardian, o cartório do Tribunal informou ao final da tarde que seus representantes legais não apresentaram nenhum documento.
Zuma é o antecessor do atual presidente Cyril Ramaphosa, 68, vice na época de seu governo. Em 2018, a África do Sul passou por uma forte crise política e econômica, devido aos escândalos de corrupção do ex-presidente denunciados pela imprensa local. Tanto Zuma como Ramaphosa são heranças políticas do líder e ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013), um dos principais opositores do regime ditatorial do Apartheid (1948-1994).
Escândalos de corrupção
Em 2018, Jacob Zuma – estando no poder desde 2009 – foi acusado de um suborno milionário desde 2005. Além disso, 783 transações financeiras ilegais, 16 crimes de associação ilícita, envolvimento em operações tidas como fraudulentas, corrupção e lavagem de dinheiro, segundo noticiou o portal DW. Durante suas declarações a público, ele sempre negou as acusações, afirmando ser uma “caça às bruxas” política do partido que estava no poder. Na época, liderado pelo então presidente Thabo Mbeki, 78, que governou o país entre 1999 e 2008.
Zuma muito foi pressionado pela população e pela imprensa sul-africana e internacional. E, como ultimato do Congresso Nacional Africano (ANC), partido do qual pertencia, decidiu renunciar à presidência – embora estando em desacordo com a decisão final – na noite do dia 14 de fevereiro de 2018.
No dia 15 de fevereiro de 2018, Cyril Ramaphosa, então vice-presidente, foi designado como novo chefe de Estado da África do Sul. Ele tomou posse no dia 27 de fevereiro e anunciou reforma ministerial da 2ª economia da África. Em 2019, Ramaphosa foi reeleito nas Eleições Presidenciais para um mandato de cinco anos.
Em maio do mesmo ano, a Fundação Mandela lamentou os escândalos de corrupção de Zuma. Já que ele fez parte da luta contra o regime do Apartheid e diante de todas as denúncias, Zuma ficou conhecido na história da África do Sul como o “Presidente corrupto”, com ações contrárias ao legado político e histórico deixado por Mandela e seus sucessores.
*Com informações da Agência Lusa, Agência Brasil, Mail & Guardian e Portal DW
Foto de capa: Divulgação.
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Jornalista profissional (nº 4270/CE), preocupada com questões raciais, e graduada pela Universidade de Fortaleza (Unifor). É Gestora de mídia e pessoas; Fundadora, Diretora Executiva (CEO) e Editora-chefe do Negrê, o primeiro portal de mídia negra nordestina do Brasil. É autora do livro-reportagem “Mutuê: relatos e vivências de racismo em Fortaleza” (2021). Em 2021, foi Coordenadora de Jornalismo da TV Unifor. Em 2022, foi indicada ao 16º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Jornalista revelação – início de carreira”. Em 2023, foi indicada ao 17º Troféu Mulher Imprensa na categoria “Região Nordeste” e finalista no Prêmio + Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. Soma experiências internacionais na África do Sul, Angola, Argentina e Estados Unidos.